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SERRA AZUL – 6 de 9 vereadores são cassados

A Justiça Eleitoral cassou seis dos nove vereadores da ci­dade de Serra Azul. Dois terços dos parlamentares foram afe­tados diretamente após a Justi­ça punir os partidos PDT, Ci­dadania e PTB, envolvidos em denúncias de irregularidades na cota de gênero nas eleições municipais de 2020. A decisão é do dia 9 de fevereiro.

Segundo a Justiça Elei­toral os partidos lançaram candidaturas fictícias para preencher a cota de 30% de mulheres na lista final de can­didatos, exigida pela legisla­ção. Em função das fraudes, o TSE anulou os votos rece­bidos pelo PDT nas eleições proporcionais para o municí­pio e o diploma dos candida­tos dos partidos citados.

O PDT havia eleito dois ve­readores, mas atualmente tem três parlamentares na Câmara Municipal. São eles: Ivan Pe­reira Lima, Paulo Cesar Batista Junior e Wender da Silva Fer­reira. Os três foram afetados pela decisão e terão seus man­datos cassados. O TSE decla­rou como inelegíveis Carolina Lourdes Ribeiro e Bruna Apa­recida Batista Jussiani.

Já o Cidadania elegeu dois vereadores e teve sua votação anulada, por fraude na cota de gênero, e os parlamentares Mar­cos Antônio Moreira Junior e Eduardo Almagro foram cas­sados. O Tribunal também tor­nou inelegível Donizeti Apare­cido Soares. Por fim o PTB, que elegeu um vereador na cidade, também perdeu os votos para a Câmara Municipal de Serra Azul, e o vereador Maximilia­no dos Reis perdeu o mandato. Tornaram-se inelegíveis Edson Ribeiro Barbosa, Mariana Apa­recida de Paula Leão e Adelina de Freitas Lourenço.

Entre as acusações de fraude na cota feminina com candidaturas fictícias, está o fato de candidatas não terem recebido recursos para a cam­panha, nem mesmo do parti­do, e de candidatas sem voto ou com votação inexpressiva. Algumas candidaturas sequer fizeram campanha eleitoral. Outras candidatas são paren­tes de candidatos e se lançaram apenas para “ajudar o partido” e a candidatura dos familiares.

O advogado Renato Ri­beiro de Almeida atuou nas denúncias das “candidaturas laranjas” e afirmou à impren­sa que a situação na cidade é simbólica. “A decisão da Jus­tiça Eleitoral é muito signi­ficativa. Mais da metade dos vereadores foi cassada em dois anos”, disse.

“É preciso garantir a repre­sentatividade das mulheres no Parlamento. Se não for esse remédio amargo, corremos o risco de termos candidaturas só pelo nome, pelo CPF e título de eleitor”, afirmou.

A prefeitura municipal de Serra Azul em questionamen­to da imprensa manifestou que respeitará as decisões do Tri­bunal Superior Eleitoral, que impactará a composição do poder legislativo local.

“Acreditamos que o mo­mento é de união entre os po­deres Executivo e Legislativo, visando sempre o bom anda­mento dos serviços públicos a toda população serrazulense. Desejamos que a nova com­posição do Poder Legislativo mantenha uma relação har­mônica com o Poder Executi­vo, visando sempre o bem co­mum”, disse por meio de nota.

Já a Câmara Municipal afirmou que não havia sido oficialmente notificada da de­cisão da Justiça Eleitoral até o fechamento desta reportagem.

Em Guará, vereadores viram réus por suspeita de ‘rachadinha’
A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os vereadores de Guará Ronan Taffarel Ferreira da Cruz (Republicanos) e Arsênio Amaro Dias (Podemos), conhe­cido como Arroizão, por suspeita de “rachadinha”.

Segundo o MP eles teriam exigido que uma funcionária comissio­nada da Câmara dos Vereadores fizesse um empréstimo e repas­sasse o dinheiro a eles em troca de mantê-la no cargo.

O promotor de Justiça Túlio Rosa, afirma que eles aprovei­taram da situação financeira vulnerável dela, que viu a renda cair após a morte do marido por covid-19. A exigência junto com a ameaça de demissão ocorreu no período da eleição para a Câmara Municipal, nos meses de novembro e dezembro, quando Arsênio era candidato.

Para o juiz Adriano Pugliesi Leite, da 1ª Vara de Guará, todos os indícios evidenciam o “periculum libertatis” [termo jurídico para o fundamento da prisão preventiva, que pode decorrer em razão do risco para a ordem pública, para a ordem econômica, para a aplica­ção da lei penal ou para a conve­niência da instrução criminal], já que um dos parlamentares, diante do mau uso da função pública, ainda tentou dissuadir a vítima, visando justamente comprome­ter as investigações e a eventual aplicação da Lei Penal.

A denúncia foi feita ao Ministério Público no fim de 2022 pela ser­vidora comissionada e por mais sete vereadores. À Promotoria, ela contou que Taffarel e Arroizão exigiram parte dos vencimentos dela, por meio do repasse de em­préstimo bancário que seria feito em benefício de Ronan, isso em troca de mantê-la no cargo em comissão que ocupava.

Os vereadores, que estavam afas­tados dos cargos desde dezembro de 2022, devem permanecer fora da função por mais 90 dias. Eles também estão proibidos de frequentar o prédio da Câmara, de deixar a cidade sem autorização judicial e de manter qualquer tipo de contato com a servidora que denunciou o caso.

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