Por trás de toda grande produção existem detalhes que, muitas vezes, não são percebidos pela maioria do público. Em “Reis”, na Record, há todo um cuidado da equipe do diretor Leonardo Miranda para que a série fuja totalmente da estética de novela. E é por aí que a cor, como narrativa visual e ferramenta muita utilizada no cinema, entra como conceito fundamental.
Nas temporadas passadas, por meio da fotografia e enquadramentos, foi possível chegar à unidade estética desejada, que se aproxima das séries e filmes. Agora a cor é utilizada, não apenas por apelo estético, mas para ajudar na narrativa da história.
São dois os conceitos de cor:
A Transitória, em relação ao protagonista Davi, a cor muda de acordo com o estado emocional do personagem. Através da fotografia, ela é saturada (maior intensidade), dessaturada (mais próxima do cinza, por exemplo), esquentada ou esfriada.
Na utilização do roxo, em “O Pecado”, Davi, em busca inconsciente de algo que o complete, passa a permitir que sua atenção se volte para tentações que antes simplesmente ignorava. Cada vez mais distante de Deus e mais próximo do pecado, esta cor ajudará a ilustrar esse hematoma que ele causa a si mesmo.
Já em Associativa, a cor determinada, pontua entre a arte, cenografia e figurino, por meio da regra 60/30/10. Segredos interessantes, que às vezes passam despercebidos.