Por Mariane Morisawa, especial para o Estadão
Em dez anos de Universo Cinematográfico Marvel, Loki, interpretado por Tom Hiddleston, apareceu por um total de duas horas, mais ou menos. Ainda assim, tornou-se um dos personagens mais queridos do público, que pode ficar sossegado: o Deus da Trapaça está de volta na série Loki, que estreia na quarta-feira, 9, no Disney+, com seis episódios semanais. “Eu sempre me surpreendo com os fãs”, disse Hiddleston em entrevista coletiva por videoconferência, na segunda-feira, 7. “A razão pela qual pude continuar a interpretá-lo é que ele significa tanto para tantas pessoas, por razões muito diferentes. E isso é muito gratificante para mim. É uma grande honra.”
Para o ator, o sucesso de Loki, que foi um traidor em Thor (2011), um vilão em Os Vingadores (2012), um anti-herói em Thor: O Mundo Sombrio (2013) e Thor: Ragnarok (2017) e uma espécie de mártir em Vingadores: Guerra Infinita (2018), são justamente suas múltiplas facetas. “Algumas pessoas gostam porque ele é brincalhão, espontâneo e um tanto travesso. Outros acham que é um bom antagonista. E claro tem os que não suportam”, disse Hiddleston. “Mas eu acho que muitos são atraídos por sua vulnerabilidade. Por baixo de todas aquelas camadas de charme e carisma há uma vulnerabilidade que faz com que se identifiquem com ele.”
Mas, por falar em Guerra Infinita, Loki não tentou salvar o irmão Thor e acabou morto por Thanos por tê-lo traído no filme de 2018? Sim. Por isso, o próprio Tom Hiddleston foi surpreendido ao ser informado da ideia da série. “Foi um misto de deleite e surpresa. Fiquei empolgado, mas ao mesmo tempo coçando a cabeça porque aquela cena em Guerra Infinita pareceu bem conclusiva para mim”, disse o ator. E isso não vai mudar, tecnicamente. Porque o Loki que encontramos é aquele de 2012, que em Vingadores: Ultimato escapou com o Tesseract. O chefão dos estúdios Marvel, Kevin Feige, contou sua coisa favorita de ouvir depois da estreia de Vingadores: Ultimato. “As pessoas diziam que não tínhamos atado todas as pontas soltas de Loki, que ele simplesmente desaparecia, que tínhamos nos esquecido de contar o que acontecia com ele.”
Pois é chegada a hora. Loki, a série, começa logo depois de Loki, o personagem, roubar o Tesseract. “Para onde ele vai? Para quando ele vai? Há tantas possibilidades”, afirmou Hiddleston. “Acho que encontramos soluções divertidas que vão ser exploradas nesta série.” Imediatamente, ele é capturado pela TVA, a Time Variance Authority – ou Autoridade de Variância do Tempo, em português. Essa organização burocrática é a responsável por garantir que o passado, o presente e o futuro sigam o que foi predeterminado. Qualquer um que altere o curso da história – ou seja, que mude a linha do tempo – é levado a julgamento.