Tribuna Ribeirão
Política

‘Será que vai ser bom?’, questiona Gilmar

O ministro Gilmar Men­des, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta segun­da-feira, 27, que achou “im­portante o pedido de vista” de seu colega de Corte ministro Dias Toffoli no julgamento que pode definir o alcance do foro privilegiado de deputados federais e senadores.

Na quinta-feira, 23, sete dos 11 ministros do Supremo votaram por limitar o foro especial dos políticos. O jul­gamento foi suspenso por um pedido de vista de Toffoli, mas, pelo entendimento da maioria dos ministros somente deve­rão tramitar na Corte máxima processos de crimes cometi­dos no exercício do mandato e relacionados ao cargo.

Ainda faltam votar os mi­nistros Gilmar Mendes e Ricar­do Lewandowski.

Gilmar declarou, em São Paulo, nesta segunda, que “a questão do foro é uma questão muito delicada”. Ele participou da XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira.

“Por quê? Porque tirar do Supremo não significa que nós vamos ter um modelo funcio­nal lá embaixo. Em geral, eu te­nho dito a Justiça Criminal no Brasil como um todo, não do Supremo, funciona mal. Pouco mais de 8% dos homicídios são desvendados. Isso significa que vamos para os Estados passar para as pessoas julgar esses par­lamentares”, disse.

“Será que vai ser bom? Será que nós não vamos ter uma grande influência política lá? Coisa que não ocorre, ou pelo menos não ocorre de maneira visível, no Supremo Tribunal Federal? São coisas que nós precisamos analisar com muita responsabilidade. Por isso eu achei importante o pedido de vista do ministro Toffoli.”

Gilmar apontou ainda uma crise na Corte máxima – pela manhã, em outro evento, ou­tro ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso, disse que o Supremo não está em crise.

“É claro que nós estamos vivendo um momento de crise também no Supremo. Como eu disse aqui nós temos uma demanda muito intensa. Re­cebemos uma série de deman­das. E quem recebe muitas demandas acaba tendo que dar respostas a ela e nem sem­pre as respostas serão as mais corretas. Muitas vezes nós nos arrependemos”, afirmou.

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