Tribuna Ribeirão
Economia

Senado aprova auxílio de R$ 600

WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

O Senado aprovou nesta segunda-feira, 30 de março, de forma unânime e em sessão virtual, a criação de um auxílio emergencial de R$ 600 a tra­balhadores informais. O vice­-presidente da Casa, senador Antônio Anastasia (PSD-MG), antecipou a conclusão da vota­ção para acelerar o trâmite de envio da mensagem de aprova­ção à Presidência da República.

Como o tema é urgente, o objetivo é que o presidente Jair Bolsonaro sancione o texto o mais rápido possível. Só após a sanção é que o dinheiro come­çará a ser liberado às famílias brasileiras. O benefício será re­passado por três meses e será pago em dobro para mulheres chefes de família. A criação do benefício havia sido aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados.

Nesta segunda-feira, teve apoio dos 79 senadores votan­tes. Além do auxílio emergen­cial, também será paga uma antecipação de R$ 600 a pes­soas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até a conces­são do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Inicialmente, o governo ha­via proposto um benefício de R$ 200 mensais. O relator do projeto na Câmara, deputado Marcelo Aro (PP-MG), decidiu subir o valor a R$ 500, mas na última quinta-feira (26) o pre­sidente Jair Bolsonaro deu aval para subir para R$ 600.

Os valores serão pagos du­rante três meses, podendo ser prorrogados enquanto durar a calamidade pública devido à pandemia do novo coronavírus. A Instituição Fiscal Indepen­dente (IFI) do Senado calcula que 30,5 milhões de trabalhado­res serão beneficiados. O gasto foi estimado em R$ 59,8 bilhões nos três meses.

No Senado, o relator, sena­dor Alessandro Vieira (Cidada­nia-SE) fez apenas ajustes de re­dação. Em uma das mudanças, ele deixou claro que o trabalha­dor intermitente que estiver com o contrato inativo (ou seja, não está trabalhando nem receben­do salário no momento) tam­bém terá direito ao auxílio.

São garçons, atendentes, entre outros trabalhadores que atuam sob demanda, mas estão com dificuldades de encontrar trabalho neste momento. O trabalho inter­mitente é uma modalidade de contrato criada na última re­forma trabalhista. Um empre­gado pode ter vários contratos intermitentes e atuar confor­me a demanda do estabeleci­mento. Quando não há neces­sidade de trabalho, o contrato fica “inativo”.

Para ter direito ao auxílio emergencial, a renda por pes­soa tem de ser de até R$ 552,50. O auxílio emergencial será operacionalizado pelos bancos públicos. Poderão solicitar o benefício maiores de 18 anos que não tenham emprego for­mal, nem recebam benefício previdenciário (aposentadoria ou pensão), assistencial (como BPC), seguro-desemprego ou sejam contemplados por pro­grama federal de transferência de renda – a única exceção será o Bolsa Família.

Os beneficiários também precisam ter renda mensal per capita de até meio salário mí­nimo (R$ 552,50) ou a renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135); no ano de 2018, não podem ter recebido rendimentos tri­butáveis acima de R$ 28 559,70 e precisam ser microempre­endedor individual (MEI), contribuinte autônomo da Previdência ou cadastrado no CadÚnico até 20 de março.

Também será possível pre­encher uma autodeclaração a ser disponibilizada pelo gover­no. No caso de beneficiários do Bolsa Família, dois mem­bros da mesma família pode­rão acumular com o auxílio emergencial, que vai substituir o Bolsa temporariamente caso o valor seja mais vantajoso. O projeto também inclui a pro­posta do governo de antecipa­ção de um salário mínimo (R$ 1.045) a quem aguarda perícia médica para o recebimento de auxílio-doença. Mas tem de apresentar atestado médico.

O projeto ainda traz a dis­pensa às empresas do paga­mento dos primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador devido ao novo coronavírus. De acordo com o texto, as com­panhias poderão deixar de re­colher o valor devido ao INSS, até o limite do teto do regime geral (R$ 6.101,06).

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