Tribuna Ribeirão
Economia

Semana Santa – Ovo de Páscoa terá aumento de até 2%

JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) acredita que o preço dos ovos de Páscoa deverá ficar cerca de 2% mais caros com relação à Semana Santa do ano passado. “Apesar do preço do cacau e do açúcar se manter estável nos últimos doze meses, a alta recente do dólar contrabalanceia o preço para o consumidor como co­rantes e leite”, explica o econo­mista Thiago Berka.

O valor dos ovos nos mer­cados não é tabelado, portanto, a Apas aconselha sempre o con­sumidor pesquisar antes de com­prar. A Páscoa é a segunda me­lhor data do varejo alimentar no Brasil depois do Natal. Na análise de quanto os meses de março e abril faturaram, em 2019, houve crescimento de 5,1%, mais que a média anual, enquanto o Natal representou 23%.

Berka destaca que os super­mercados devem concentrar a maioria das vendas de ovos que enfrentam competição com lo­jas especializadas e produções de microempreendedor indivi­dual (MEI). Esse é um dos moti­vos que fez os supermercadistas diminuírem a área destinada para os produtos sazonais desde 2015, entre outros.

O economista da Apas aponta a diminuição do esto­que adquirido de chocolate, principalmente dos ovos acima de 750 gramas e de um quilo, que têm menor giro, e uma re­serva maior de produtos de até 170 gramas. Também sugere apostar em ovos infantis que tenham maior valor agregado, como brindes e brinquedos, o melhor uso de ilhas de produtos com sortimento misturado, para gerar compras de impulso ou combinadas (café, vinhos, etc), dar destaque para barras mais gourmets e caixas de chocolate.

Outros produtos
Na Quaresma (período em que católicos não consomem carne vermelha) a previsão do aumento de preço dos ovos de granja é de 6% a 8%, item que no acumulado dos últimos doze meses registrou alta de 27,32% no preço. Outros produtos mui­to consumidos neste período são os peixes. A expectativa de crescimento está estimada entre 2,5% e 4%.

Já o aumento dos pescados deve ficar dentro da média histó­rica para o período. Desde 2012, o preço dos peixes, em geral, sobe 2,46% na Semana Santa, e para este ano a Apas acredita que o aumento deve ficar entre 2,1% e 2,5%. “Alguns pescados devem ter a inflação abaixo da prevista, como é o caso do bacalhau, que terá o preço do quilo variando entre R$ 69 e R$ 119 – depen­dendo do tipo (dessalgado, tiras, postas, filé e sem espinhas) –, au­mento previsto entre 0,5% a 1%”, destaca Berka.

Com a menor variação du­rante todo o ano passado, o ca­ção deve aumentar entre 1,5% e 1,9%. A merluza deve regis­trar alta de 0,5%, enquanto o camarão pode subir entre 0,9% e 1,9%. Thiago Berka destaca que a compra antecipada é um meio de garantir o melhor pre­ço. “Durante a Semana Santa, algumas promoções podem até acontecer, mas, por se tratar de um produto sazonal e importa­do, o supermercado já sabe até onde podem ir os descontos, já que precisa garantir que não irá ter perdas”, indica.

A pesqueisa tem por base o Índice de Preços dos Super­mercados (IPS), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas a pedido da associa­ção (Apas/Fipe). Para o setor de vinhos, a Páscoa é a terceira me­lhor época do ano, representan­do 20% das vendas (proximidade com o inverno). Porém, nos últi­mos doze meses, o preço das be­bidas registrou inflação de 5,8%.

Para o período, a estimativa é de aumento de preço entre 1,1% e 1,8%. Os motivos? O dólar alto que encarece insumos para pro­dução e a demanda crescente. Segundo o site Euro Monitor, no Brasil o número de pessoas que consomem vinho passou de 22 milhões para 30 milhões de brasileiros e o consumo chegou a dois litros por habitante/ano.

A Apas
A Associação Paulista de Su­permercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem aproximadamen­te 1.500 associados, que somam cerca de quatro mil lojas. A Re­gional Ribeirão Preto foi respon­sável por 5,9% do faturamento estadual em 2018, o equivalente a aproximadamente R$ 6,2 bi­lhões. A geração de empregos também é bastante representati­va: em torno de 31 mil pessoas trabalham em supermercados nesta região.

Apenas na cidade de Ribei­rão Preto, o setor de supermer­cados faturou no ano passado R$ 1,8 bilhão, o que equivale a 29% da região e 1,7% do faturamento de todo o Estado de São Paulo. A Apas possui dez regionais em todo o Estado e mais cinco escri­tórios distritais na capital paulis­ta. A regional ribeirão-pretana é composta por 78 cidades e pos­sui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Rodrigo Canesin, do Supermer­cado Canesin, é o atual diretor regional da entidade.

Variação de preços na Páscoa de 2020

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