Cerca de 50 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam um terreno da Estação Experimental de Zootecnia, em Ribeirão Preto, na madrugada desta quinta-feira , 14 de setembro. O grupo chegou a montar barracas na área, mas foi obrigado a deixar o local ainda no período da manhã. A desocupação, acompanhada pela Força Tática da Polícia Militar (PM), foi pacífica.
Alguns sem-terra estavam de carro e moto e outros foram transportados em um ônibus. O terreno já havia sido invadido por cerca de 250 trabalhadores rurais em julho do ano passado. Na época, o MST reclamou de uma suposta ação violenta da PM, que discordou. A área, segundo o movimento, é uma das 79 indicadas para venda pelo governo paulista. O acampamento chegou a ser batizado de “Paulo Botelho”.
O grupo armou barracas e fincou bandeiras vermelhas no local. Segundo Fred Firmiano, da direção do MST em São Paulo, a fazenda está entre as 79 áreas públicas que o governo paulista pretende vender para reequilibrar as contas e reduzir o impacto da crise fiscal. O projeto de lei n.º 328/2016 foi enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 2016.
“Como são áreas inutilizadas pelo Estado, nós estamos reivindicando para reforma agrária. Hoje, 75% dos alimentos consumidos na região de Ribeirão vêm de fora e nós temos um projeto para produção de alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos, e queremos implantá-lo”, disse no ano passado. O governo do Estado nega que a área será totalmente vendida, uma vez que no local são realizadas pesquisas sobre doenças animais e estudos de qualidade e beneficiamento de leite.