No primeiro dia após retornar ao exercício do mandato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira (18) que usará o cargo para provar sua inocência e disse ter sido vítima de uma “armação” feita pelos delatores da JBS. “No exercício desse mandato irei trabalhar a cada dia e a cada instante para provar a minha inocência”, afirmou Aécio.
O Senado decidiu ontem, por 44 votos a 26, revogar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que tinha afastado o senador de seu mandato em setembro.
“Sou vítima de uma ardilosa armação, perpetrada por inescrupulosos empresários que enriqueceram às custas do dinheiro público, e não tiveram qualquer constrangimento em acusar pessoas de bem, na busca dos benefícios de uma inaceitável delação, ora suspensa em razão de parte da verdade estar vindo à tona”, afirmou o senador sobre os empresários da JBS.
“Fui sim alvo dos mais vis e graves ataques nos últimos dias, mas não retorno a essa Casa [o Senado] com rancor ou ódio. Venho acompanhado da serenidade dos homens de bem”, disse Aécio.
O pronunciamento do senador no plenário durou cerca de cinco minutos. Aécio também atacou a gestão do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que foi responsável por negociar a delação da JBS e pela apresentação da denúncia contra o senador.
“Mas o que é mais grave, corroboraram, contribuíram para essa trama ardilosa homens de Estado, notadamente alguns que tinham assento até muito pouco tempo, na Procuradoria-Geral da República”, disse.
Durante o pronunciamento de Aécio, que falou de um microfone no centro do plenário, nenhum colega se posicionou ao seu lado.