Por Felipe Rosa Mendes
Pela sexta vez, Lewis Hamilton se sagrou campeão da Fórmula 1. Nesta temporada, o inglês foi mais uma vez protagonista, porém sem o mesmo brilho dos títulos anteriores. Não por acaso precisou de uma corrida a mais para assegurar a conquista. No geral, ele esteve abaixo do esperado na segunda metade do campeonato e, pela primeira vez em sua carreira, passou a sofrer com os rivais da nova geração, que serão seu principal obstáculo em 2020 na busca por igualar o recorde de sete títulos do alemão Michael Schumacher.
O mais novo hexacampeão da F-1 fez neste ano trajetória inversa a das últimas temporadas, quando tivera fraco início de campeonato e desempenho espetacular na segunda metade da disputa Em 2019, o piloto da Mercedes se destacou no começo e passou a ser surpreendido pela Ferrari a partir do recesso de verão na Europa.
Das suas dez vitórias no ano até agora, sete foram nas dez primeiras provas da temporada. Na segunda parte do campeonato, foram apenas três triunfos, sendo que em um deles, na Rússia, foi favorecido por uma série de erros da Ferrari. Ele brilhou mesmo na Hungria e no México, neste trecho final da temporada.
Ao mesmo tempo em que seu rendimento foi caindo ao longo do ano, o britânico viu surgirem novos rivais. O mais “perigoso” deles é Charles Leclerc, a mais nova sensação da F-1. O piloto nascido em Mônaco brilha em sua segunda temporada na categoria, sendo a primeira por uma grande equipe.
Pela Ferrari, venceu duas corridas, consecutivas, e já soma nove pódios. Afora duas etapas em que não completou a prova, sua pior posição foi um sexto lugar, no Japão. O piloto de 22 anos precisou de alguns meses para se ambientar e ganhar confiança na equipe italiana. Acostumou-se a superar o companheiro de time, o tetracampeão Sebastian Vettel. Seu esforço deu resultados já na segunda parte da temporada, com os triunfos e as sete pole positions, quatro delas seguidas.
O próprio Hamilton já reconheceu as habilidades do novo rival. “Obviamente ele é muito rápido, talentoso, e muito provavelmente vai surpreender muitas, muitas pessoas”, dissera o inglês no início da temporada. “Não é fácil para qualquer piloto entrar em uma equipe de ponta, sem falar na Ferrari, contra um tetracampeão. E então, continuamente, desde a primeira corrida, superar, classificar e superar um tetracampeão mundial não é fácil. Isso fala por si.”
Com este desempenho, Leclerc só está atrás da Mercedes no Mundial de Pilotos. Em sua cola está o holandês Max Verstappen, no quarto lugar geral. Já um velho conhecido dos fãs de automobilismo, o piloto da Red Bull tem apenas 22 anos, mas já conta com larga experiência na categoria.
Nesta temporada, fez exibições de gala na Alemanha e na Áustria, onde obteve suas duas vitórias em 2019 até agora. Em ambas, largou mal e precisou fazer uma corrida de recuperação. Não por acaso, devem ser as provas mais lembradas da temporada em razão da alta performance apresentada pelo holandês, arrasador em comparação aos favoritos.
A ascensão dos dois jovens pilotos já faz especialistas colocarem em dúvida a hegemonia de Hamilton nos próximos anos. “Há muitos jovens pilotos que aparecem e sempre surge alguém que pode ser o melhor”, diz o escocês Jackie Stewart, dono de três títulos na F-1.