O que vivemos no presente é reflexo do que foi alicerçado no passado. O poder político no Brasil sempre foi distribuído entre os donos do poder econômico rural e urbano, e como a marca da escravatura negra ainda continua viva no âmago de pessoas,que não reconhecem a Declaração dos Direitos Humanos, pois os direitos humanos vão de encontro à filosofia de vida dessa gente que se intitula “gente de bem”. Frequentadores do topo da pirâmide social, e habituados com a herança escravocrata, sempre trabalharam com afinco para que a educação básica pública viva eternamente num patamar de inferioridade.
Relembrando o passado recente, em que o Brasil parecia que havia decolado, e que aquela profecia que nos colocava como o País do futuro, finalmente havia se materializado, no entanto bastou o sopro de uma brisa reacionária e golpista, para libertar os demônios estavam descansando em berço esplendido, e uma nova realidade cheia de ódio tomou conta daquele ambiente, que outrora era considerado um ambiente fraterno e acolhedor ruiu – a mascara caiu!
Vivemos muito tempo sob a égide mentira, e da ilusão de um a maioria da sociedade brasileira era feliz e fraterna, no entanto não se constrói uma Nação sem ter uma educação básica pública de alta qualidade para todos, por que a cidadania começa a ser interiorizada na educação infantil, e chega ao ápice no final do ensino fundamental, e a partir dai a prática vai aperfeiçoando a convivência, e com isso a cidadania floresce. Master um País harmônico e dono do seu próprio destino, não interessa, pois não admitem perder o controle e o domínio, que por hereditariedade são seus há séculos.
O disfarce e a mascar da qualidade na educação básica pública não se sustentava mais, e a pandemia escancarou de vez, mostrando que a velha escamoteação desmoronou. Não há cidadania sem autonomia, e como a autonomia, mesmo estando explicita na lei não faz parte do ambiente escolar, a cidadania não acontece. E o reflexo disso é termos uma a sociedade que não respeita as leis, e não tem o menor apresso pela sua Carta Magna.
Autonomia presume o exercício responsável da liberdade, que só materializada no convívio escolar, no entanto as práticas escolares continuam reproduzindo os mesmos malefícios que produziram gerações de descumpridores das leis, pois somos o único país do mundo que existem leis que pegam e leis que não pegam, e isso não existe em uma democracia. A maioria das escolas básicas públicas ainda reproduz o modelo que não permite aos educandos participarem dos seus processos de aprendizagem, e com isso milhares de talentos são desperdiçados, e jogados para a marginalidade.
O sucateamento proposital que não deixou a escola básica pública exercer o seu papel na construção de uma Nação, está levando o Brasil a um beco sem saída, pois um povo sem autonomia, não tem cidadania, e é facilmente direcionado aos prazeres de delinquentes, inescrupulosos e criminosos, como está acontecendo neste momento com o nosso País.
Não há caminho que nos leve a ser uma Nação, que não seja através da escola básica pública, mas uma escola pública que dê o exemplo no cumprimento das leis, pois temos os melhores teóricos do mundo em educação básica, e as melhores leis, portanto, construir um País democrático, livre e com uma população cidadã, e este caminho só depende de autonomia e cidadania.