A diretoria do Comercial já admite estar estudando a possibilidade de dispensar seu elenco nos próximos dias. Sem previsão de retorno das atividades e auxilio da FPF (Federação Paulista de Futebol) a situação do Leão do Norte fica bastante complicada.
Segundo Ademir Chiari, presidente do Comercial, o pedido de ajuda foi encaminhado à federação, mas a resposta foi negativa.
“Não vemos nenhuma luz no fim do túnel. Não há previsão de volta do campeonato. Pedi ajuda lá na Federação, falei com eles. Eles falam que estão sem dinheiro, sem cotas de televisão”, afirmou Chiari.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o futebol e as principais competições esportivas estão suspensas ao redor do planeta. Sem arrecadação com os jogos, a situação do clube se complica. Para piorar, segundo José Lourenço, diretor de futebol do Comercial, alguns patrocinadores encerram seus contratos com o Leão do Norte.
“Nós conseguimos honrar todos os nossos compromissos até agora, mas daqui para frente vai ficar difícil. Tivemos alguns cancelamentos de patrocínios e isso atrapalha muito para continuarmos pagando daqui para frente. Trabalhamos sempre com a verdade e não queremos iludir ninguém”, afirmou Lourenço.
“Passamos a verdade para o grupo de atletas. Nós não vamos manter o elenco. Se não temos condições de honrar nossos compromissos, não podemos seguir com os jogadores. A maneira mais viável agora é a dispensa de grande parte do grupo. Não adianta nada manter e não pagar. Estamos nos reunindo por esses dias e vamos definir em breve”, concluiu o diretor.
Os clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro decidiram dar férias para seus jogadores no mês de abril. Para Chiari, por questões financeiras, é impossível o Comercial adotar essa medida.
“Clubes de Série A têm condições, caixa pra isso. No nosso caso, como vamos dar férias pra jogadores com contratos que vão vencer daqui um mês? E temos que pagar essas férias. Infelizmente não temos caixa, nosso orçamento é pequeno”, disse.
O Comercial tem têm 12 jogadores com contratos chegando ao fim no mês de abril. Segundo Chiari, a diretoria deixou os jogadores à vontade para seguirem seus caminhos em caso de proposta.
“É uma situação difícil. Deixamos os jogadores à vontade, se tiverem propostas, não vamos atrapalhar. Vamos tentar conseguir alguma ajuda, pagar do jeito que puder, mas não tem como manter isso por muito tempo. Os atletas que são da base, que possuem contratos mais longos, vamos tentar segurar”, finalizou Chiari.