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Segurança pública e medo!

Nos Evangelhos, Jesus insiste em afirmar, que o Rei­no de Deus é um Reino de Justiça. Portanto, onde não há justiça, não há reino. Temos assistido notícias nas últimas semanas, de invasões ousadas em prédios, condomínios e outros tipos de imóveis, residenciais ou comerciais, que nos deixam muito preocupados e trazem à tona novamente o questionamento: onde está a Segurança Pública? Volta­mos a sentir muito medo!

A segurança pública não garante mais “segurança” ao cidadão. Produz medo. E o medo nos rouba a paz, porque cresce, em nossas relações interpessoais, a incredulidade. As fobias, os traumas, as crises de medo em geral e sobre o futuro, e as indecisões do presente, nos fecham para todas as experiências que deveríamos ter com Jesus Cristo. O medo é uma das fortalezas que mais está presente em nossa mente. As pessoas têm medo umas das outras. Inverteu-se o espaço da liberdade. Há medo na família, na escola, no trânsito, na padaria, na igreja e em todos os lugares.

Falar em Segurança Pública neste contexto nos questio­na seriamente. Houve uma inclusão do crime organizado que aprisiona os cidadãos de boa vontade. As tantas casas de detenção construídas nos últimos anos, inclusive as de se­gurança máxima, oferecem mais liberdade – incutindo medo – do que os inúmeros – centenas de condomínios fecha­dos, que viraram, por sua vez, prisões de seus habitantes.

O tráfico de drogas, de armas e as tantas corrupções de agentes de segurança, questionam e colocam em risco a vida de pessoas inocentes, que sentem medo de ir e vir, de dormir e não acordar.

Entre tantas tragédias que a mídia nos elenca diaria­mente, vivemos uma experiência ímpar, que passou bem perto de familiares e amigos. Uma senhora trabalhadora, honesta e sofredora, mãe de quatro filhos, perdeu numa mesma tarde de domingo o marido e o filho mais velho, que nadando embriagados num rio, morreram afogados. Ela não suportou a perda e sofreu um derrame cerebral. Seis meses depois, inerte à mesa, o filho alimentava-a, dando-lhe o almoço na boca. Ela não se mexia.

A filha mais nova, de apenas 16 anos, envolvida com um traficante de drogas, apareceu com o namorado. Este matou o jovem de 27 anos, que alimentava a mãe, com três tiros, e, o rapaz caiu morto sobre o colo da mãe. O outro irmão, de 19 anos, reagiu e também foi morto, caindo sobre o irmão. Dona Zulmira, com dois filhos mortos sobre o colo, só conseguia olhar para eles, pois já não se mexia, nem para um último abraço, devido ao derrame. Uma verdadeira “Pietá” – Nossa Senhora da Piedade – de nossos tempos.

Enquanto não investirmos na educação com sabedoria, a injustiça e a insegurança públicas, geradoras de medo, ao invés de amor fraterno que gera a paz, o medo de viver dentro da própria casa, ou de ser alvo de balas perdidas, continuarão.

Precisamos nos abrir, permitir que Deus tenha acesso ao nosso coração, para que Ele trabalhe livremente, sem o tão cruel medo em nossas vidas!

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