O governador João Doria (PSDB) autorizou nesta terça-feira, 4 de junho, a abertura de concursos para a contratação de 2.750 policiais civis e 189 técnicos-científicos. “Segurança pública é prioridade do governo de São Paulo, no planejamento e na ação. Polícia na rua. E bandidos na cadeia”, diz o tucano. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). A previsão é de que ao menos quatro editais sejam abertos em 2020 para contratar 250 delegados, 900 investigadores, 1.600 escrivães e 189 médicos legistas.
Atualmente há concursos em andamento para preencher 2.750 vagas para a Polícia Civil: 250 para delegados, 600 para investigadores, 800 para escrivães, 300 para agentes de telecomunicações, 200 para papiloscopistas, 400 para agentes policiais e 200 para auxiliares de papiloscopistas. “Estamos autorizando a contratação de quase três mil policiais civis. A ação é parte da nossa política de segurança pública, que vai transformar a polícia de São Paulo na mais bem preparada do país. Investimos em equipamentos, treinamento e no reforço do nosso contingente de policiamento e investigação”, explica Doria.
Treinamento
Atualmente, 65 policiais técnico-científicos estão em formação – 22 fotógrafos técnicos -periciais, dez médicos legistas e 33 peritos. A formação dos policiais na Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra tem duração de aproximadamente quatro meses, contando com o estágio feito nas unidades policiais. Após a formação os agentes são distribuídos para todo o Estado.
Levantamento da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) revela que nas cidades da região de Ribeirão Preto subordinadas ao Departamento de Polícia Judiciária do Interior Três (Deinter-3), que envolve 93 municípios, existe um déficit de 811 policiais civis, 35,06% em relação ao efetivo fixado por lei, em 1994, de 2.313 cargos para as funções de delegado, escrivão, investigadores, agentes policiais e carcereiros. Apenas 1.502 estão ocupados, quase 65% do total.
Integram o Deinter-3 as Delegacias Seccionais de Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, Bebedouro, Franca, São Carlos, São Joaquim da Barra e Sertãozinho. Nesta região faltam 50 delegados, déficit de 22,52% do efetivo total que, por lei, deveria ser 222. No entanto, apenas 172 cargos estão ocupados. A carência é maior é em relação à carreira de escrivão, com a ausência de 198 profissionais.
Na cidade de Ribeirão Preto o déficit é de 110 policiais civis, 24,83% do efetivo exigido por lei, de 443 –foram preenchidos 333 cargos. Faltam 179 policiais em Araraquara, 70 em Barretos, 68 em Bebedouro, 85 em Franca, 135 em São Carlos, 46 em São Joaquim da Barra e 118 em Sertãozinho. Segundo a associação, o déficit de policiais civis e de delegados, em particular, afeta o atendimento prestado de Polícia Civil à população. Dificulta também a investigação criminal, principal atribuição da corporação.
Segundo o Defasômetro do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), o déficit de policiais ultrapassou a marca dos 14 mil cargos vagos na Polícia Civil: hoje, faltam exatos 14.098 profissionais na instituição. Os dados, atualizados até 31 de maio, apontam que 33,63% dos cargos previstos em lei estão vagos. Somente nos últimos 12 meses, 1.501 profissionais deixaram a corporação.
Em 29 de março, Doria autorizou a abertura de concursos para a contratação de 5,4 mil soldados de segunda classe para a Polícia Militar. A remuneração inicial é de R$ 3.143,70, já com o adicional de insalubridade (R$ 691,64). Não foi divulgado quantos desses soldados virão para a região do Comando de Policiamento do Interior (CPI-3).
São sete batalhões territoriais, sediados nas zonas Sul e Norte de Ribeirão Preto, Araraquara, Franca, Barretos, São Carlos e Sertãozinho. A área de cobertura abrange 93 municípios e 39 distritos no total, com população estimada em 3,83 milhões de pessoas. São quatro mil policiais militares que, diariamente, levam mil viaturas às ruas em toda a região.