A secretária municipal de Assistência Social, Renata Corrêa Gregoldo será ouvida nesta terça-feira, 5 de abril, em audiência da Comissão Especial de Estudos (CEE) do Bom Prato, que acompanha a construção do restaurante popular nas proximidades da Unidade Campus do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
A secretária foi convidada a depor na CEE do Bom Prato, presidida por Igor Oliveira (MDB), depois de representantes da Construsantos Comércio e Construção Civil, de Brodowski, empresa vencedora da licitação, afirmarem que há defasagem entre o valor orçado e o custo atual da intervenção.
Disseram ainda que se não houver aditamento por parte da prefeitura, a obra pode ser paralisada. A gestão do Bom Prato é subordinada à Secretaria Municipal de Assistência Social. O depoimento será às 16 horas no plenário Jornalista Orlando Vitaliano, no Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo.
A CEE conta ainda com a participação de Jean Corauci (PSB) e Matheus Moreno (MDB). O Bom Prato do HC vai custar R$ 3.663.727,33. Quatro representantes da empresa participaram da reunião no dia 22de março. De acordo com o engenheiro Ricardo Alexandre Silva, a Construsantos tem trabalhado no prejuízo.
“Para concluir a obra, precisamos, hoje, de um aditivo de cerca de R$ 727 mil, referente ao aumento de insumos, principalmente o aço”, diz o funcionário da construtora. “Se esse dinheiro entrasse até o início de abril, poderíamos entregar o empreendimento em setembro”, afirmou.
O valor pedido pela empresa representa 19,8% do valor inicial da obra, de R$ 3.663.727,33. Se a prefeitura efetuar o aporte, subirá para R$ 4.390.727,33. O prazo original para entrega seria novembro de 2021. Depois, a prefeitura anunciou que o espaço deveria atender já no primeiro trimestre de 2022, mas em 17 de fevereiro divulgou nova data: primeiro semestre.
Ainda segundo a Construsantos, o pedido de aditamento foi feito duas vezes para o governo Duarte Nogueira (PSDB), porém, ambos foram negados.
Uma terceira solicitação teria sido enviada à Semas e aguarda resposta. O engenheiro responsável ainda relata que, no início da obra, 23 funcionários trabalhavam no local. Atualmente são apenas quatro.
Nota da Semas
Procurada pelo Tribuna, a Secretaria de Assistência Social informa que “encontra-se em tratativas com a construtora e aguarda o parecer jurídico sobre o nome pedido de ajustes de preço, já que os outros dois pedidos foram negados com parecer jurídico da Procuradoria Geral do Município. Esclarece ainda que o pedido de reajuste por parte da empresa foi solicitado na segunda-feira, 21 de março de 2022”.
Local
A segunda unidade da rede Bom Prato em Ribeirão Preto está sendo construída na avenida Governador Lucas Nogueira Garcez nº 500, no bairro Cidade Universitária, na Zona Oeste, a 700 metros da Unidade Campus do HC. O último balanço, anunciado em 9 de dezembro pelo governo municipal, dizia que 70% das obras já haviam sido concluídas.
O restaurante contará com área total de 2.460 metros quadros, sendo 1.103 m² de área construída. A empresa vencedora recebeu oficialmente a ordem de serviço em 24 de fevereiro do ano passado. Pelo contrato, teria o prazo de nove meses para a conclusão das obras e, portanto, deveria ter sido concluída no final de novembro de 2021.
Após a conclusão da obra, o espaço receberá mobiliário que atende aos padrões definidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Energeticamente sustentável, o prédio funcionará 100% por energia solar, contará com climatização interna e captação de água da chuva para reutilização.
Além disso, terá uma ala para estacionamento de vans e ambulâncias, incluindo as vans que transportam os pacientes do restaurante para o Hospital das Clínicas. A elaboração do projeto executivo custou R$ 70,5 mil ao governo do Estado e foi elaborado pela empresa Ivo Ferriani Arquitetura Ltda.
Produção
Depois de inaugurado, o Bom Prato do HC deverá servir 1.400 almoços diariamente, dos quais 140 para crianças com até seis anos de idade e 1.260 para adultos, de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados. O valor pago pelos usuários será de R$ 1 e as crianças até seis anos estarão isentas.
Também está previsto o fornecimento de 300 cafés da manhã diários, a R$ 0,50 para os usuários. O custo total do almoço será de R$ 5,70 e do café da manhã R$ 1,96. A diferença entre o preço pago pelo usuário e o valor total das refeições será subsidiado pela esfera pública.
A unidade será operada pelo Instituto Protagonismo, em parceria no regime de mútua cooperação em interesse público e recíproco com a prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, e o governo de São Paulo, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Social e Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Seds/Cosan).