A Secretaria Municipal de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp) rechaça que tenha havido falhas no tratamento de água em poços e reservatórios do município. Na edição desta terça-feira, 25 de janeiro, o jornal publicou denúncia de um funcionário da pasta sobre o caso.
O servidor afirma, em mensagens de áudio, que vários poços ficaram semanas – em alguns casos até cinco meses – sem a adição de flúor ou cloro depois que ladrões furtaram cabos e fios da rede de energia elétrica. A denúncia também foi feita ao vereador Lincoln Fernandes (PDT).
De acordo com o funcionário público, que prefere o anonimato, a ação criminosa desligou as bombas dosadoras dos poços Turmalina, Quintino Facci I, Monte Alegre, Pompolo e Cianê. Diz ainda que o trabalho de monitoramento diário para checar a qualidade da água deixou de ser efetuado.
Agora, segundo o servidor da Secretaria de Água e Esgoto, os padrões de potabilidade (qualidade, característica ou condição do que é potável) são analisados três vezes por semana, colocando em risco as mais de 209 mil ligações existentes na cidade.
Na nota enviada ao Tribuna, a Saerp diz que faz a aplicação de cloro na distribuição de água de acordo com as normas estabelecidas e realiza a coleta nos poços de distribuição para análise laboratorial semanalmente, conforme estabelece a portaria número 888/21 do Ministério da Saúde.
“Nosso controle de qualidade é atuante e garante a qualidade da água à toda população de Ribeirão Preto, haja vista que esta secretaria tem sua produção de água potável controlada por órgãos fiscalizadores como o Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária, Agência Reguladora ARES-PCJ e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)”, diz parte do texto.
A secretaria afirma, ainda, que todas as ações para aplicação de cloro estão com funcionamento normal. Diz que nos processos de produção de água podem ocorrer rápidas intermitências, imediatamente normalizadas por conta do monitoramento contínuo e frequente destes parâmetros, e que de forma alguma comprometem a potabilidade da água distribuída.
“Além disso, a Saerp está investindo continuamente na segurança dos poços e reservatórios, com a implantação de câmeras e monitoramento através de empresa especializada na área contratada através de processo licitatório”, conclui o texto da Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto.
Lincoln Fernandes afirma ter encaminhado um ofício ao secretário da pasta, Antônio Carlos de Oliveira Junior, cobrando explicações sobre o problema apontado. O parlamentar também questiona os valores gastos pela Saerp com os furtos recorrentes nos poços de distribuição.
Em quatro anos, segundo o parlamentar, foram quase R$ 10 milhões empregados na reposição de cabos, fios, bombas e afins. Após questionar a Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto, o parlamentar estuda encaminhar o caso ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).