Tribuna Ribeirão
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Secretaria da Cultura nega ação de despejo

Um ruído de comunicação colocou em lados opostos a Se­cretaria Municipal da Cultura e a Casa do Radioamador de Ribei­rão Preto, que denuncia uma su­posta ação de despejo. A entidade tem como sede um imóvel na pra­ça Alto do São Bento nº 71, ao lado da Casa da Cultura sede da pasta. Está no prédio desde 1971, já teve o contrato de comodato renovado duas vezes, mas, segundo a admi­nistração, ocupa o local irregular­mente há pelo seis anos.

A Casa do Radioamador existe desde os anos 60 – e em 1971 passou a ocupar o imóvel de 303 metros quadrados, locali­zado em um terreno de dois mil m². O projeto original, que cede o prédio e a área no entorno em regime de comodato, por 20 anos, foi aprovado pela Câmara e sancionado pelo então prefeito Duarte Nogueira em 1971.

Duas décadas depois, em 1991, vencido o prazo original, a Câmara aprovou novo projeto es­tendendo o comodato por mais 20 anos. Em 2011, o prazo venceu de novo, e apesar de a entidade mani­festar interesse em nova prorroga­ção, ela não foi providenciada – já na administração Dárcy Vera.

Dois anos depois, em 2013, Alessandro Maraca (PMDB, hoje vereador) assumiu a Secretaria Municipal da Cultura e em segui­da reuniu-se com os responsáveis pela Casa do Radioamador, que mais uma vez manifestaram sua preocupação com o fim do prazo do comodato. Maraca, então, pro­curou a Secretaria Municipal do Planejamento e Gestão Pública, com o pedido para que fosse ela­borado projeto cedendo o imóvel por mais 20 anos.

Só que a Secretaria Municipal do Planejamento nada fez – e o tempo foi passando. Agora, logo após assumir a Cultura, há cerca de três meses, a secretária Isabella Pessotti deparou-se com o impas­se. O fato é que, há seis anos, pelo menos oficialmente, a Casa do Ra­dioamador ocupa irregularmente um espaço público. Não há auto­rização legal para a permanência no prédio. Chegou a ser ventila­do que existiria, no Planejamen­to, um “termo de autorização de permanência”, mas ninguém nunca viu o documento. “Dis­seram, lá atrás, que existia, mas nunca vi”, reconhece Maraca.

A atual secretária, preocupada em se omitir e mais tarde ser res­ponsabilizada por não tomar as providências legais cabíveis, quer uma solução definitiva. “Não esta­mos despejando ninguém. Mas queremos uma solução do ponto de vista legal”, comenta Isabella Pessotti. A administração teria pedido as chaves para mostrar o local à Polícia Militar, que es­tuda a instalação de uma base no Morro São Bento, mas essa informação não foi confirmada.

Gilmar Moura Gaspar, mem­bro da coordenação da Casa do Radioamador, por sua vez, diz que o espaço atual é maior do que o necessário. “Para nós, o salão que existe no imóvel é suficiente. Estivemos por seis anos esperan­do uma reunião com o titular da Secretaria da Cultura e quando fomos chamados, ela não compa­receu, apenas avisou por telefone que era para deixarmos as chaves do prédio lá. Oras, temos um la­boratório de eletrônica lá, equipa­mentos caros, um acervo históri­co, uma repetidora que funciona 24 horas desde 1964. É lógico que não deixei as chaves”, explica.

Ele procurou então os ve­readores Alessandro Maraca (PMDB) e Maurício Gasparini (PSDB), pedindo ajuda contra o “despejo”. Isabella Pessotti, por sua vez, diz que não está des­pejando ninguém. “Queremos uma solução, queremos dialogar em busca de uma proposta que contente a todos. Se uma sala é suficiente para eles, podemos usar o restante do espaço para outras finalidades”, explica.

Entidade de utilidade púbica municipal, a Casa do Radioama­dor não tem hoje a importância que teve no passado, antes do ad­vento da internet, mas ainda é con­siderado um importante serviço em casos de necessidade de mobi­lização – como, por exemplo, por ocasião de catástrofes. Existe um sistema nacional que integra esta­ções de radioamadores em todo o país, que ficam permanentemente à disposição das autoridades, para casos de calamidade pública.

“Vaquinha” para pagar a luz – Em 1º de maio a Casa do Radio­amador divulgou numa rede so­cial uma mensagem reclamando das dificuldades em manter a en­tidade. O texto informa que eram então apenas seis radioamadores assíduos e que um churrasco es­tava sendo marcado para confra­ternização dos associados e para arrecadar dinheiro para pagar as contas de luz de maio e junho.

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