Com o calorão e a estiagem, a Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, está quase 100% seca de novo. Vários peixes morreram, segundo flagrante do fotógrafo Alfredo Risk. Pássaros disputam espaço nas poucas poças de água que insistem em alimentar e matar a sede da fauna local.
A última chuva considerável na cidade ocorreu em 17 de abril, há cinco meses, quando um temporal derramou cerca de 100 milímetros de água no município. O manancial é o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo. Tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o aqüífero – todo o abastecimento da população de 720.800 habitantes é feito via 120 poços artesianos da Secretaria de Água e Esgoto (Saerp) –, o nível caiu 120 metros em 71 anos. Para minimizar essa situação, a prefeitura pretende captar água do Rio Pardo. Seria uma fonte alternativa ao manancial subterrâneo.
O Consórcio Geasa – Nippon Koei lac, composto pelas empresas Geasa Engenharia, Nippon Koei Lac do Brasil e Techne Engenheiros Consultores, venceu a licitação aberta pela prefeitura de Ribeirão Preto para captação de água do Rio Pardo pela Secretaria Municipal de Água e Esgoto.
Segundo o edital publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 28 de agosto, o grupo venceu com a proposta de R$ 2.599.756,55. O projeto do Pardo prevê a captação, tratamento e distribuição da água complementação do abastecimento para toda a cidade. Está dividido em etapas, sendo que a primeira, referente ao estudo, tem previsão de conclusão de nove meses após a contratação da empresa.
A secretaria já tem a outorga liberada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que autoriza a utilização de três metros cúbicos por segundo da água do rio. Atualmente, o abastecimento de água em Ribeirão Preto é totalmente feito a partir do Aquífero Guarani, mas estudos geológicos apontam queda nos níveis do manancial.
Em 2013, no segundo mandato da ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um anteprojeto elaborado pela prefeitura, o extinto Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão chegou a cogitar a captação de água do Rio Pardo a partir de 2015. O custo total da obra estava orçado em R$ 630 milhões, depois caiu para R$ 530 milhões.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a qualidade do ar em Ribeirão Preto passou de “boa” para “moderada” nesta quarta-feira, 18 de setembro. Uma frente fria chegou ao estado no domingo (15). Chegou a chuviscar em Ribeirão Preto na segunda-feira (16).
Este cenário serviu para melhorar a qualidade do ar, que voltou a ficar “muito ruim” na sexta-feira (13) depois de sete dias “ruim”, mesmo quadro do último sábado (14), quando a umidade caiu a 16%. No domingo (15), ainda com a qualidade do ar “ruim”, a umidade ficou em 16% no meio da tarde.
Na segunda-feira atingiu 72% no início da manhã e passou a tarde entre 67% e 69%. Ontem estava em 65% às sete horas, mas recuou para 25% às 16 horas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando a umidade fica abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta.
Abaixo de 12% já é considerado caso de emergência, o que pode agravar ainda mais a situação das queimadas. Apesar da melhora, a cidade ainda está em alerta por causa de incêndios florestais. Segundo a Climatempo, nesta quarta-feira (18), a temperatura oscilou entre 18ºC e 34 graus e a umidade fica entre 25% e 72%.
Nesta quinta-feira (19), a máxima pode chegar a 36 graus, um Sol pra cada um, com mínima de 20ºC e umidade entre 20% e 66%. Na sexta-feira (20), os termômetros devem marcar entre 23ºC e 38ºC e a umidade fica entre 18% e 50%.