Mais de mil cidades em todo o Brasil estão vivendo sob uma seca severa ou extrema. A falta de chuva alastra o fogo pelo país, que teve o maior número de incêndios dos últimos dez anos. Segundo os dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal e que monitora a estiagem pelo país, 1.024 cidades estão sob a classificação de seca entre extrema e severa (a mais alta da escala).
O número representa um quinto dos municípios brasileiros. O número é quase 23 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 45 cidades estavam nesses níveis de seca. A região de Ribeirão Preto está entre as três com maior número cidades em situação crítica no Estado de São Paulo.
Treze municípios estão na lista vermelha do Cemadem. A região está com alto grau de risco e ameaçada por elevado índice de poluição e incêndios provocados por queimadas. As cidades são Ribeirão Preto, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Jardinópolis, Jaboticabal, Pitangueiras, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral.
No Amazonas, que tentava se recuperar de uma seca histórica, comunidades já estão isoladas e a ordem é estocar alimentos. O ar está tão seco que mais da metade das cidades brasileiras estão em alerta. O ano de 2023 foi de recordes de calor e com chuva abaixo da média, reflexo do El Niño e do aquecimento dos oceanos.
O fenômeno já acabou, mas seus efeitos continuam: os primeiros seis meses do ano foram de recorde de calor e a chuva ficou abaixo da média na maior parte do país, com exceção do Sul. A falta de umidade pela seca que castigou a região Norte no ano passado tem um efeito cascata: a umidade que deveria estar por lá e seria transportada para o resto do Brasil deixou de existir.
Com isso, a seca se alastrou .O monitoramento classifica as cidades em quatro categorias de seca: extrema, severa, moderada e fraca. Ao todo, mais de três mil estão em alguma classificação de seca. Os estados mais afetados são Amazonas, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Neles, todas as cidades estão sob alguma classificação de seca.
O planeta Terra bateu neste mês de julho dois recordes seguidos de dia mais quente já registrado desde 1940. De acordo com os dados do Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia, a segunda-feira, dia 22, teve a temperatura média global mais alta já medida, de 17,15 graus Celsius. No domingo (21), o recorde já havia sido batido, com média de 17,09°C.
O dia mais quente já registrado antes de 21 de julho de 2024 foi em 6 de julho de 2023, quando a Terra teve temperatura média de 17,08°C. Isso indica uma subida de 0,07ºC em um ano, uma variação que, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia, não é típica.
“O que chama a atenção também é a diferença entre as temperaturas desde julho de 2023 e todos os anos anteriores”, afirma o órgão europeu. Antes do recorde de 2023, os dias mais quentes registrados tiveram média variável entre 16,60ºC e 16,80ºC, de 2015 a 2022.