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Se há vontade, tudo dá certo

Grande celeuma em torno à possibilidade de vinte por cento da carga horária do Ensino Médio diurno admitir en­sino à distância. O Conselho Nacional de Educação aprovou a medida e indicou que a modalidade deve ser preferencial­mente na parte flexível da reforma.

Os adeptos à medida sustentam que a permissão facilita a oferta de diferentes percursos formativos. A ideia é tornar o Ensino Médio algo sedutor e não aquela chatice que não consegue conservar o aluno dentro da sala de aula. Por isso é que a parcela flexível do currículo abre espaço para acolher tudo o que a juventude aprecia. É justamente nessa faixa que o ensino à distância poderá funcionar.

O alunado já tem desenvoltura nas tecnologias contempo­râneas e talvez esse apelo o faça mais interessado em discipli­nas que hoje não existem ou são negligenciadas.

Já os detratores apontam a perda de aprendizagem, já que a convivência é essencial ao desenvolvimento de habilidades e competências. Também se acena com a precarização, pois o EAD poderá ser usado quando falte professor, notadamente na Física, onde há grande carência.
Acentuar-se-á a desigualdade, pois as escolas com pouca estrutura e falta de professores estarão formalmente a cum­prir o calendário do ano letivo, mas o aprendizado será nulo.

Tudo isso evidencia a absoluta falta de consenso em ter­mos de política pública da educação no Brasil. Tema que os repetidos governos não levam a sério, porque se descuidam do essencial. Querem resultados imediatos, pretendem se assenhorear de todas as etapas e desconhecem que “educa­ção”, aquela de berço, vem de casa. Se mães e pais – ou quem estiver no seu lugar – não mergulharem nesse projeto, a esco­la continuará insuficiente como instrumento de preparação para a vida.

Educação é dever de todos. O Governo deve coordenar e oferecer os meios possíveis. Mas em lugar de tantas avalia­ções, tantos projetos dispendiosos, tanta impressão de mate­rial que vai parar no lixo, deveria acordar família e sociedade para uma verdadeira cruzada no sentido de fazer infância e juventude estudar de verdade.

Quem tem vontade, dispõe de toda a facilidade de acesso à informação e ao conhecimento. Como fazer o educando ter vontade?

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