A Secretaria de Saúde de Minas Gerais investiga a suspeita do primeiro caso de coronavírus no Brasil. Trata-se de uma mulher brasileira de 35 anos que esteve recentemente na cidade chinesa de Xangai e chegou a Belo Horizonte no último sábado, 18 de janeiro, com sintomas respiratórios compatíveis com aqueles associados ao coronavírus. O caso é tratado como suspeito e não como uma confirmação.
A paciente foi levada ao Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e as medidas assistenciais para redução de risco foram tomadas. Segundo a secretaria, a paciente está clinicamente estável. A mulher relatou à equipe de Vigilância em Saúde da secretaria que não esteve na região de Wuhan, na China, onde foram registrados casos de transmissão ativa da doença.
O caso segue sendo investigado e os exames para confirmar ou descartar a possibilidade de se tratar do coronavírus estão em andamento. Apesar da investigação feita pela secretaria em Minas Gerais, o ministério da Saúde disse, em nota, que o caso “não se enquadra na definição de caso suspeito”. Ao fazer essa afirmação, a pasta considera o fato da paciente não ter estado em Wuhan.
“De acordo com a definição atual da Organização Mundial de Saúde (OMS), só há transmissão ativa do vírus na província de Wuhan”. O ministério também esclareceu que está monitorando a situação e outras medidas cabíveis serão tomadas assim que a OMS definir a situação de emergência. Os sinais e sintomas clínicos do coronavírus, também chamado de pneumonia indeterminada, são, principalmente, febre, dor, dificuldade em respirar em alguns pacientes e infiltrado pulmonar bilateral.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, dia 22, que “há evidências” de transmissão por contato humano do novo tipo de coronavírus, “mas isso não determina o impacto” do surto com o vírus. Ao fim de uma reunião para decidir se declararia a situação como emergência de saúde pública, a OMS definiu continuar as discussões nesta quinta-feira (23), mas ponderou que as “ações públicas” para conter a disseminação do vírus já estão em andamento e não dependem dessa classificação.
A OMS também elogiou a atuação de autoridades chinesas, em especial o presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Liu He, nas medidas para conter o novo tipo de coronavírus. Após finalizar uma reunião para discutir o surto causado por um novo tipo de coronavírus, a OMS afirmou que vai continuar a discussão sobre declarar ou não situação de emergência de saúde pública. A entidade avaliou que precisa de mais informações antes de decidir. “Levamos muito a sério” a decisão de declarar emergência, afirmou a OMS em declarações à imprensa.
O governo federal já notificou a área de portos, aeroportos e fronteiras da Agência Nacional de Vigilâncias Sanitária (Anvisa) para as medidas de prevenção à entrada do coronavírus no País. A doença já causou 17 mortes na China, onde mais 544 casos foram confirmados – assim como o primeiro caso nos Estados Unidos, em um viajante vindo do país asiático. A área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde também foram notificadas para seguir as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.