Falamos, hoje, com particular insistência, de uma cultura da morte. Podemos estendê-la à saúde para advertir acerca de uma cultura de doença. A pessoa humana é muito mais autora que vítima da doença que eventualmente a atinge. Entramos no campo da responsabilidade em todos os campos da atividade para não deteriorar a condição de vida.
Nos Estados Unidos – para citar um país desenvolvido e longe daqui – morrem por ano em média, 92.000 pessoas por erro médico; 120.000 por remédios por eles receitados; e 240.000 por auto-medicação. Portanto, a própria medicina não é inócua e exige maior responsabilidade no seu uso.
Uma segunda grande chaga provém da atuação sexual descontrolada. Falamos de doenças sexualmente transmissíveis, desde a Sífilis à AIDS; desde a pederastia à infidelidade conjugal…
Não há necessidade de falar do aborto e da eutanásia, que não apenas eliminam uma vida humana, mas afetam também catastroficamente todos os envolvidos. Todo abuso contra a vida repercute na qualidade de vida.
A cultura da morte encontra-se na violência e na guerra, de modo mais conspícuo. Além das mortes e destruições, deixam um rastro implacável de sequelas e malefícios. São horrendos. Mas provém da vontade humana. Representam falta de humanismo e de responsabilidade.
Mesmo os campos mais básicos para a promoção da saúde não estão isentos do perigo. Seja exemplo a alimentação e o esporte. O excesso leva a catástrofes. A comida e a bebida, principalmente de teor alcoólico, fora da medida do necessário, prejudicam. O esporte profissional, principalmente em algumas categorias, leva inevitavelmente a encurtar os dias de vida.
Toda ação má constitui um atentado contra a própria vida. Não por nada a Sagrada Escritura garante que “assassinos e homens de fraude não verão a metade da vida” (Sl 54,24). Ou que o malfeitor não vai de cabelos brancos para a sepultura. Morre bem antes.
A saúde envolve toda a moral. Pecar não é apenas afastar-se de Deus, mas também reduzir o teor de vida, até a catástrofe final. Por isso, as terapias farmacológicas não bastam.
Necessitamos da Cristoterapia e da Hagioterapia, ou seja, da graça divina para viver em plenitude (cf. Fonte: GRINGS, Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética. Presscom, Porto Alegre (RS), 2008, pp. 31-32).
Gosto sempre de lembrar a frase do Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira, Professor de Nutrologia: “Somos aquilo que comemos!”, completando com a de minha autoria: Somos aquilo que escolhemos fazer por nós e pelos outros!
Saibamos zelar mais por nossa saúde, não permitindo que maus hábitos nos adoeçam simplesmente, por falta de um pouquinho mais de esforço de nossa parte. Não podemos esquecer, que nosso corpo é, segundo as cartas de São Paulo, templo do Espírito Santo, e comparados aos membros de um corpo que teologicamente é a Igreja de Cristo, do qual corpo Ele é a cabeça.