A Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga a morte de uma criança de 7 anos por suspeita de dengue hemorrágica. Alicia da Rocha Novaes Silva faleceu na madrugada desta segunda-feira, 18 de janeiro, no Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto. Se for confirmada a infecção, será o primeiro óbito em decorrência da doença este ano na cidade.
Por meio de nota, a Unimed Ribeirão Preto “confirma o falecimento da criança Alicia da Rocha Novaes Silva, na madrugada do dia 18/01/2021, no Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto. A diretoria do hospital esclarece que o diagnóstico de dengue hemorrágica não está confirmado. A Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto coletou os exames e aguarda os resultados. A família da paciente recebeu todas as informações sobre o seu quadro de saúde”.
Em 2020, ocorreram onze mortes na cidade, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, a Secretaria da Saúde fechou o ano passado com dez óbitos por dengue, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez vítimas fatais do Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana – já é o maior em pelo menos cinco anos (desde 2016).
Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus. No ano passado, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, Ribeirão Preto registrou 17.601 casos de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 26.838 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado em 4 de janeiro.
O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,2% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atualizados pela Secretaria da Saúde –, 3.081 ocorrências a mais. Apesar dos óbitos, a dengue fechou o segundo semestre do ano em queda, mesmo depois de Ribeirão Preto ter declarado epidemia ainda na primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.
O pico do ano ocorreu entre janeiro e maio, de 114 pacientes a cada 24 horas. Dos 17.601 casos confirmados até agora, 2.932 são de janeiro, 6.695 de fevereiro, 5.045 de março, 1.865 de abril, 806 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agosto, doze de setembro, cinco de outubro, seis de novembro e apenas dois de dezembro.
Em dezembro de 2019 foram 397, e a queda neste ano chega a 99,5%, ou 395 enfermos a menos. Entre julho e o mês passado o Aedes aegypti fez 88 vítimas, contra 999 do mesmo período de 2019. São 911 a menos em 2020, retração de 91,2%.
Na comparação com os seis meses anteriores, a queda é de 99,5%. São 17.425 pacientes a menos dos que os 17.513 de janeiro a junho. No ano passado, a maioria das vítimas do mosquito transmissor tem entre 20 e 39 anos (6.562).
Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.408), jovens de dez a 19 anos (2.785), idosos com mais de 60 anos (1.915), crianças de 5 a 9 anos (1.167), de um a quatro anos (652) e menores de um ano (112). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.162), Leste (3.624), Norte (3.557), Sul (3.297) e Central (1.961) – não há ocorrências sem identificação de distrito.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou 271 casos de dengue. Em 2017, foram 246, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015.