A prefeitura de Ribeirão Preto decidiu interditar o Parque Jardim Olhos D’Água, na Zona Sul, por causa da infestação de carrapatos. A medida foi tomada pela Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde depois de denúncias de frequentadores do local. A informação foi divulgada na segunda-feira, 12 de julho.
Técnicos da Divisão de Vigilância Ambiental verificaram a presença de grande número de capivaras, vetores desses parasitas, circulando pelo parque. Com isso, foi constatado um elevado risco de transmissão de febre maculosa pelos carrapatos. De acordo com a prefeitura, o acesso do público será proibido até que seja implantado um plano de manejo das capivaras e medidas de controle dos carrapatos.
Em 2014, durante ao governo da ex-prefeita Dárcy Vera, o Parque Maurílio Biagi, localizado ao lado do Terminal Rodoviário, na região Central da cidade, também foi interditado por causa de infestação de carrapatos. Na época, foi instalado um alambrado às margens do córrego Laureano, no trecho que corta o parque, com o objetivo impedir a circulação de capivaras. O local ficou interditado por seis meses – entre agosto de 2014 e 31 de janeiro e 2015.
A infestação no parque também ocorreu por causa da quantidade de capivaras que ficavam às margens do córrego que cruza o recinto. Os animais, segundo biólogos, são hospedeiros do parasita transmissor da febre maculosa, doença que pode levar os seres humanos à morte. Na época, a prefeitura limpou as áreas contaminadas e substituiu a areia dos playgrounds, além de instalar defensas de concreto ao redor do córrego, para evitar que as capivaras acessassem o parque.
Na mesma época, uma área do campus da Universidade de São Paulo (USP) também foi interditada por causa deste mesmo problema. As medidas, no entanto, não foram suficientes para acabar com a infestação. Isso porque, apesar de se reproduzir uma vez por ano, a fêmea do carrapato coloca de mil a 20 mil ovos por vez. Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP) e da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) já comprovaram que as capivaras apresentam um importante papel na transmissão da febre maculosa.
A febre maculosa é transmitida aos seres humanos pela picada do carrapato-estrela infectado com riquétsia. A doença causa febre, dor muscular, cefaléia e, em 70% dos casos, manchas na pele a partir do terceiro dia após a infecção, podendo haver necrose das extremidades e, nos casos mais graves, levar à morte.