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Saúde descarta surto de sarampo

ALFREDO RISK

A Secretaria Municipal de Saúde vai intensificar a partir de segunda-feira, 16 de julho, em 38 unidades de Ribeirão Pre­to, a campanha de vacinação contra o sarampo. A medida, segundo o secretário Sandro Scarpelini, tem como objetivo a prevenção e o aumento da co­bertura vacinal da doença em função do registro de um caso não autóctone (importado) no mês de abril. Mas o titular da pasta já adiantou que o vírus da doença não circula no municí­pio e não há motivo para alarde. Ele participou de entrevista co­letiva na tarde desta quarta-fei­ra, 11 de julho.

A confirmação o caso ocor­reu na terça-feira (10) e revelou que uma profissional da área médica de Dracena (SP) con­traiu sarampo no Líbano, no Oriente Médio, em abril, quan­do prestava serviços humanitá­rios. A ocorrência foi registrada em Ribeirão Preto porque, ao voltar do Líbano, ela desem­barcou na cidade para visitar a mãe que estava internada em hospital do município. Por ser profissional da área da saúde ela identificou que estava com os sintomas da doença e iniciou o tratamento.

Segundo Daniel Cardoso de Almeida Araújo, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, após três dias internada, recebeu alta. A mãe dela também reside em Dracena (SP). A Secretaria de Saúde informou que todos os bloqueios necessários foram fei­tos na época e afastou qualquer risco de novos contágios – não há casos suspeitos sob investiga­ção. Semanalmente, o órgão faz uma coleta de dados em todas as unidades de saúde para checar casos suspeitos de doenças virais. A intensificação vai até 3 de agos­to e imunizará jovens de cinco a 29 anos que tenham recebido menos de duas doses da vacina. Já de 6 a 31 de agosto, durante a Campanha Nacional de Vacina­ção, será a vez das crianças de um a cinco anos receberem a dose da vacina tríplice viral. O Dia Na­cional de Mobilização acontece em 18 de agosto. Profissionais que trabalham em aeroportos, rodoviárias ou em serviços ho­teleiros e demais pessoas que tenham contato freqüente com viajantes também devem buscar as salas de vacinação para serem imunizados.

Sandro Scarpelini diz que Ribeirão Preto tem um índice de cobertura vacinal muito bom, de 95%. No entanto, ressalta que a secretaria precisa intensificar a vacinação para evitar que casos importados possam reintrodu­zir a doença na cidade. Nos últi­mos dez anos, ninbguém havia contraiu sarampo no município. “Estamos trabalhando para evi­tar o reaparecimento da doença. Contudo, é bom esclarecer que não existe motivo para pânico”, garante. A estimativa é que a in­tensificação atinja 50 mil pessoas.

“A gente sabe que as pessoas vão e vêm. As pessoas entram no Estado de São Paulo, em Ri­beirão Preto, vão para outros pa­íses, e podem trazer a doença de volta para cá. Queremos manter as taxas de cobertura vacinal al­tas para a gente se manter livre da doença”, diz a coordenadora do Programa de Imunização, Mayra Fernanda de Oliveira. Os sintomas da doença são manchas avermelhadas na pele, manchas brancas na parte inter­na das bochechas, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza e perda de apetite.

A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Es­tado de São Paulo (Fehosep) lançou uma campanha de aler­ta aos 56.224 serviços priva­dos de saúde no Estado – 511 hospitais, 36.815 clínicas, 959 casas de repouso e 2.121 labo­ratórios e demais serviços para o diagnóstico rápido e preciso do sarampo, orientando sobre os tratamentos adequados e alertando para a necessidade de notificação imediata ao Mi­nistério da Saúde. Na cidade, o Sindicato dos Hospitais, Clíni­cas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (SindRibeirão) é a entidade que representa a federação.

Risco Brasil é alto
o risco de reintrodução do vírus no Brasil é considerado alto, pois circula na Europa, em especial na Rússia, onde acontece a Copa do Mundo da Fifa. Vinte e cinco Estados e o Distrito Federal não alcança­ram, no ano passado, a meta de vacinação contra o saram­po. Contagiosa, a doença tem se espalhado desde o início do ano por Amazonas e por Ro­raima, mas também já há casos confirmados no Rio Grande do Sul. Segundo dados oficiais, o País registrava, até o fim de junho, 1.891 casos suspeitos da doença e 472 confirmações – a maior parte na Região Norte e sete no Rio Grande do Sul.

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