A Unidade Básica e Distrital de Saúde Doutor Ítalo Baruffi, no Jardim Castelo Branco, na Zona Leste de Ribeirão Preto, promove nesta quarta-feira, 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, ações voltadas aos profissionais. As atividades, meditação, auriculoterapia e orientações para manejo de estresse a ansiedade frente às adversidades da rotina que podem contribuir para uso de substâncias, acontecerão das 12 às 13 horas, no jardim da UBDS.
Serão entregues também orientações para os profissionais sobre os locais e programas da rede de controle do tabagismo. As ações envolvem a coordenadoria de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) e Ambulatório de Saúde Mental.
Data
O Dia Mundial sem Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O problema é considerado uma doença crônica gerada pela dependência de nicotina (droga presente em qualquer derivado do tabaco, como cigarros, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, cigarro eletrônico, entre outros).
Os usuários desses produtos, assim como as pessoas com quem convivem são expostos continuamente a mais de quatro mil substancias tóxicas, sendo muitas delas cancerígenas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde essa exposição faz do tabagismo o mais importante fator de risco isolado de doenças graves e fatais.
Doenças
A lista traz câncer (de pulmão, boca, laringe, estômago, colo de útero, leucemia, mama, etc.), doenças cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio, angina, hipertensão arterial, aneurismas arteriais, trombose, acidente vascular cerebral), doenças respiratórias (doença pulmonar obstrutiva crônica – enfisema pulmonar e bronquite crônica, tuberculose), infertilidade, impotência sexual no homem, menopausa precoce na mulher, dentre outras doenças.
Segundo o Inca, o tabaco mata 900 mil não fumantes por ano que morrem por respirar o fumo passivo. Uma pesquisa inédita lançada em outubro do ano passado revela o perfil do câncer de pulmão no Brasil. Os dados mostram que a maioria dos brasileiros desconhece a gravidade da doença: apenas 15% citaram a severidade da doença, ante 24% do total na América Latina.
Fumacê
Outro dado alarmante é a quantidade de cigarros que os brasileiros fumam por dia: 39% fumam onze ou mais cigarros por dia (acima da média de 27% da América Latina), sendo que 17% fumam todos os dias e 25% fumam ao menos três vezes por semana. O tabagismo (ativo ou passivo) está ligado a 80% dos casos da doença.
A pesquisa mostrou que 28% dos brasileiros fumam cigarro, abaixo da média de 38% da América Latina, mas fumam mais. Ou seja, não é o país com maior incidência de fumantes, mas tem a maior porcentagem de pessoas que fumam mais de onze cigarros por dia.
O levantamento mostra também que no Brasil, 87% fazem ao menos uma visita preventiva por ano (check up geral). Com relação à atividade física, 56% fazem exercícios ao menos três vezes por semana. A amostra da pesquisa foi de 2.179 pessoas no seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.
Foram entrevistadas pessoas com idades de 40 a 49 (61%), 50 a 59 (30%); 60 a 69 (8%) e 70 a 79 (1%). O câncer de pulmão é o mais fatal do Brasil, com quase doze mortes por 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
No mundo, a doença faz 1,8 milhão de vítimas por ano, sendo 86 mil mortes apenas nos países da América Latina. Em relação aos fatores de risco não relacionados ao tabagismo, o conhecimento é baixo: apenas 8% citaram sedentarismo; outros 8% citaram fatores genéticos e hereditariedade; 4% citaram exposição a agentes químicos e 5% sequer souberam citar um fator de risco.
Embora o tabagismo esteja ligado a 80% dos casos, sendo assim o principal fator de risco, ele não foi citado por 23% dos respondentes brasileiros e 25% dos latinoamericanos. O conhecimento sobre sintomas também é baixo: 55% citaram problemas respiratórios (dificuldade de respirar, falta de ar, dispnéia, etc).
Outros 42% citaram problemas pulmonares (tosse, tosse seca, tosse recorrente, etc); 17% citaram diferentes tipos de dor (ao respirar, no peito, nas costas); 15% citaram fadiga e 3% perda de peso. O câncer de pulmão é o tumor mais letal da América Latina, responsável por 86 mil mortes por ano na região e chega a fazer cerca de 1,8 milhão de vítimas globalmente.
Brasil
Só no Brasil, a doença mata mais de 28 mil pessoas e gera quase 30 mil novos casos por ano, o que faz dela um dos cânceres mais incidentes. Identificado tardiamente em 85% dos pacientes na América Latina, a doença passa a ter poucas chances de cura, com uma taxa de sobrevida de 5 anos em 18% dos casos.
O grande desafio é ampliar o diagnóstico precoce, pois quando o tumor é identificado em estágio inicial, a taxa de sobrevida de cinco anos sobe significativamente, alcançando 56%. Outras formas de consumo do tabaco, como charutos, cachimbos, narguilés e cigarrilhas, também são perigosas, alerta a oncologista Suellen Nastri.