Parte da antiga sede da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas foi consumida pela chamas na manhã de sábado, 7 de setembro, na avenida Saudade nº 222, nos Campos Elíseos, na Zona Norte de Ribeirão Preto. O antigo casarão fica ao lado da Igreja Santo Antoninho Pão dos Pobres, que não sofreu dano.
O fogo começou por volta das 6h30 pelo telhado e mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros. O imóvel estava desocupado. Para combater as chamas, o trânsito na avenida Saudade ficou fechado por duas horas, entre as ruas Minas e Rio de Janeiro. A igreja não chegou a ser atingida. Ninguém se feriu e as causas do incêndio serão investigadas.
No dia 19 de abril de 1989, a única herdeira e moradora do casarão dos Campos Elíseos, antiga sede da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, Hilma dos Santos Fonseca Mamede, assinou o testamento doando parte dos bens da família à caridade e à construção de instituições culturais, filantrópicas e ou científicas.
A missão de concretizar o que pedido do testamento foi atribuída ao advogado Rubem Cione. Além do casarão na avenida Saudade, outros dois prédios situados em SP também foram doados para se tornarem museus ou entidades filantrópicas. Segundo o filho de Rubem Cione, José Arnaldo Vianna Cione o desejo de Mamede assegurado em testamento é superior e deve ser seguido.
“É fundamental que seja assegurado o último desejo da antiga dona do lugar.” Depois de ser fundada, a administração do prédio passou a ser da academia. Porém, pouco antes da morte de Cione, o local começou a ser abandonado. “Depois que ele [Rubem] morreu, ninguém nunca mais entrou lá”, disse o padre Gilberto Kasper, vizinho do casarão e pároco da Igreja Santo Antoninho Pão dos Pobres.
O imóvel pertenceu à família Proença da Fonseca, no século 19. A família foi a responsável pela construção da igreja Santo Antônio Pão dos Pobres, para atender a grande quantidade de imigrantes que chegavam na cidade naquela época. O prédio é de extrema importância tanto arquitetônica quanto histórica para a cidade.