A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou nesta sexta-feira, 1º de novembro, que o número de casos de sarampo dobrou em Ribeirão Preto. Segundo o Boletim Epidemiológico, o vírus causou infecção em mais 34 pessoas em relação ao relatório divulgado no início de outubro, quando a cidade acumulava 33 ocorrências. Atualmente, a doença atinge 67 pacientes.
Ainda há 234 casos suspeitos de infecção sob investigação. As ocorrências foram registradas em junho (uma), julho (13), agosto (39), setembro (13) e outubro (uma). Os dados abrangem o período de 1º de janeiro até esta quinta-feira, dia 31. Em todas as situações a pasta promoveu bloqueios vacinais. O Departamento de Vigilância em Saúde, ligado à SMS, recomenda às pessoas que procurem algum dos 36 postos com salas de vacinação, caso ainda não tenham feito a imunização contra a doença.
A secretaria ainda informa que, seguindo norma da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, as crianças residentes em Ribeirão Preto e com idade entre seis e onze meses estão recebendo uma dose da vacina tríplice viral. Independentemente dessa dose, a vacinação com tríplice viral aos doze meses e de tetra viral aos 15 meses deve ser realizada normalmente, desde que respeitados um intervalo de 30 dias entre cada uma. Após essa faixa etária, e até 29 anos de idade, todas as pessoas deverão ter tomado as duas doses da vacina.
A partir de 29 anos o Ministério da Saúde recomenda apenas uma dose da vacina. Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência. A cidade conta atualmente com 36 salas de vacinas que permanecem abertas de segunda a sexta-feira – os horários de atendimento são variados, de acordo com o funcionamento de cada unidade de saúde.
A diretora de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Luzia Márcia Romanholi Passos, orienta as pessoas que apresentarem febre e manchas vermelhas pelo corpo, acompanhadas de tosse, coriza e ou conjuntivite, a procurarem uma unidade de saúde. “O sarampo é uma doença altamente transmissível por via respiratória, isto é, transmite à outra pessoa ao falar, ao tossir, ao espirrar”, alerta.
Ela explica, ainda, que a vacina contra o sarampo é de rotina, inclusa no Programa Nacional de Vacinação desde 1980. Ribeirão Preto possui uma boa cobertura vacinal, com mais de 100% de imunização do público-alvo – crianças nascidas na cidade nos últimos quatro anos e que tomaram as duas doses. O Brasil vive uma epidemia de sarampo.
De acordo com o Ministério da Saúde, há casos de transmissão ativa em 19 Estados do País. Dos casos confirmados, 90,5% estão em São Paulo (5.123). Dados do próximo boletim epidemiológico mostram que, nos últimos 90 dias, foram confirmados 5.660 casos da doença, com 14 mortes. Do total de óbitos, sete ocorreram entre menores de cinco anos.
A meta em Ribeirão Preto é imunizar 38 mil crianças de seis meses a menores de cinco anos, 95% das 40 mil que formam o público-alvo da campanha. Porém, até 19 de outubro, apenas 2.846 receberam a vacina, 7,34% do objetivo estipulado pelo Ministério da Saúde com base em programas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre 18 e 30 de novembro, será a vez dos jovens de 20 a 29 anos entrarem como alvos de uma nova campanha. Esse grupo poderá receber a dose da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ou da dupla viral (sarampo e rubéola), conforme a indicação do profissional de saúde.
Em 30 de novembro, também um sábado, acontecerá o segundo “Dia D” dentro da programação da grande mobilização nacional de combate às doenças, e 13 unidades de saúde estarão abertas para imunização das crianças. O Estado de São Paulo estava há 22 anos sem registrar mortes por sarampo. O vírus está em circulação em 192 dos 645 municípios paulistas (29,8% do total).
Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos doze meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Quem já teve sarampo não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada.