A cobertura das vacinas obrigatórias na infância caiu na cidade de São Paulo durante o período da pandemia do novo coronavírus. Segundo as informações da Secretaria Municipal de Saúde, houve uma queda em seis das oito vacinas aplicadas em crianças com até um ano de idade. As maiores reduções de cobertura foram na tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e na imunização contra hepatite A.
A cobertura da tríplice viral caiu de 99,98%, no primeiro semestre de 2019, para 88,97% nos primeiros seis meses deste ano. Em relação a vacina contra hepatite A, o percentual de crianças imunizadas passou de 88,37%, no ano passado, para 79,45%.
Com relação a vacina contra o rotavírus, a poliomielite, a pneumocócica 10 e a meningocócica C, a redução da cobertura foi inferior a dois pontos percentuais. Todas atingem mais de 80% do público-alvo.
A BCG, contra tuberculose, apesar de ter tido um aumento no percentual de imunizados, tem, atualmente, a menor cobertura – 56,8% do público-alvo. A pentavalente (meningite, tétano, difteria, coqueluche, hepatite B) também teve um crescimento na cobertura, atingindo os 100% neste ano.
O programa de metas da Prefeitura de São Paulo estipula como objetivo atingir 90% de cobertura vacinal para BCG e Rotavírus, e de 95% para as vacinas poliomielite, pentavalente, pneumocócica 10, meningogócica C conjugada, SCR (tríplice) e hepatite nas crianças com menos de 2 anos de idade no município.
Vacinas disponíveis
A Prefeitura de São Paulo informou, por nota, que todas as vacinas do calendário nacional para crianças estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde. A imunização acontece seguindo os protocolos de segurança contra a disseminação do novo coronavírus. Também estão à disposição as doses das vacinas não obrigatórias para adolescentes, adultos, indígenas, gestantes e puérperas.
Impacto da pandemia
Pesquisa divulgada em junho já indicava que, na percepção dos pediatras, as famílias estavam deixando a vacinação de lado durante a pandemia. Segundo o estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 73% dos médicos especializados em crianças acreditavam que o calendário de vacinação não estava sendo cumprido.
Na ocasião, a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, alertou que a redução da imunização pode aumentar os riscos de doenças que foram eliminadas ou tem baixa prevalência atualmente. “Nós não queremos que doenças que já estão erradicadas ou diminuíram muito voltem a nos assustar”, enfatizou a sobre a importância do cumprimento do calendário vacinal mesmo durante o período de quarentena.
Edição: Valéria Aguiar