Por Guilherme Amaro
Não será em 2020 que o São Paulo vai acabar com o jejum de título do Campeonato Paulista. Sem conquistar o Estadual desde 2005, a equipe foi eliminada nas quartas de final pelo Mirassol na noite desta quarta-feira, no Morumbi. Resultado surpreendente principalmente porque o Mirassol perdeu 18 jogadores durante a pausa do Paulistão por causa da pandemia do coronavírus. Resta ao São Paulo se preparar para a retomada do Brasileirão no dia 9 de agosto e da Libertadores em setembro.
O Mirassol surpreendeu no começo do jogo. O São Paulo ficava mais com a bola, mas tinha dificuldades para achar espaços. O time do interior, por sua vez, foi fatal. Primeiro em cobrança de escanteio, em que Zé Roberto subiu sozinho e abriu o placar. Depois em ótimo contra-ataque, quando Juninho cruzou rasteiro na medida para o mesmo Zé Roberto ampliar.
Os dois gols do Mirassol pareceram não ter abalado o São Paulo. Logo em seguida, Kewin fez linda defesa após cabeçada de Pato. O goleiro do Mirassol ainda apareceu de novo para fazer ótima defesa na cabeçada de Pablo, mas o rebote ficou o centroavante, que diminuiu o placar. O empate veio no minuto seguinte: Pablo ajeitou e Vitor Bueno chutou para igualar.
“A gente vacilou ali”, lamentou Zé Roberto ainda na saída para o intervalo. O atacante sabia que o Mirassol tinha desperdiçado chance preciosa de ir para o vestiário com ótima vantagem no placar.
Para o segundo tempo, o técnico Fernando Diniz fez uma substituição que poderia ter feito ainda na etapa inicial. O espanhol Juanfran não acertou praticamente nada e deu lugar ao jovem Igor Vinícius. Outro jogador que destoou foi Igor Gomes, que quase fez um gol sem querer ao tentar cruzar e acertar o travessão.
O lado direito do São Paulo começou a aparecer e a equipe dominou o início do segundo tempo. Fechado, o Mirassol não tinha mais nem o contra-ataque. Parecia estar satisfeito com a possível decisão nos pênaltis. O fator físico também pode ter feito diferença no segundo tempo: o São Paulo, já classificado para as quartas de final, atuou com os reservas no último domingo, enquanto o Mirassol teve força máxima porque não tinha a vaga garantida.
O São Paulo tentava a virada principalmente pelo alto. Foram vários cruzamentos, e o Mirassol afastava do jeito que dava. Para dar novo gás ao seu time, Fernando Diniz colocou Helinho no lugar de Pato, mas pouco adiantou. Faltavam inversão de jogadas e velocidade para surpreender o adversário. Bem postado com duas linhas de quatro, o Mirassol armou sua retranca e esperava o tempo passar. O jogo acontecia em apenas um lado do campo, era um ataque contra defesa.
Com o Morumbi sem público por causa da pandemia do coronavírus, era possível ouvir Fernando Diniz pedir movimentação para sua equipe. E o treinador deixou o São Paulo mais ofensivo para os últimos 15 minutos de jogo, ao trocar o zagueiro Bruno Alves pelo meia-atacante Everton.
No lance seguinte à substituição, porém, foi o Mirassol que surpreendeu. Após cruzamento da direita, Tiago Volpi trombou com Arboleda, e Daniel Borges pegou a sobra de primeira para colocar a equipe do interior novamente na frente. Um castigo para o São Paulo, que pressionava em busca da virada. Nos minutos finais, Vitor Bueno até marcou, mas estava impedido e o Mirassol ficou com a vaga.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 X 3 MIRASSOL
SÃO PAULO – Tiago Volpi; Juanfran (Igor Vinícius), Bruno Alves (Everton), Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê (Paulinho Bóia), Daniel Alves e Igor Gomes (Hernanes); Vitor Bueno, Pablo e Alexandre Pato. Técnico: Fernando Diniz.
MIRASSOL – Kewin; Daniel Borges, Danilo Boza, Reniê e Moraes; Alison Silva, Du (Lucas Vital), Kauan (Matheus Rocha) e Juninho (Wellington); Bruno Mota (Vinicius) e Zé Roberto (João Arthur). Técnico: Ricardo Catalá.
GOLS – Zé Roberto, aos 19 do 1º tempo; Zé Roberto, aos 31 do 1º tempo; Pablo, aos 35 do 1º tempo; Vitor Bueno, aos 36 do 1º tempo; Daniel Borges, aos 34 do 2º tempo.
CARTÕES AMARELOS – Bruno Alves e Zé Roberto
ÁRBITRO – Flávio Rodrigues de Souza.
LOCAL – Morumbi, em São Paulo.