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Santuário do Mato Grosso quer levar elefantas de Ribeirão

Se depender da vontade da diretoria do Santuário dos Elefan­tes da Chapada dos Guimarães, no Estado do Mato Grosso, as elefantas Maison, de 44 anos, e Bambi, de 40, do Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto, podem ga­nhar nova residência em breve. O santuário, único na América Latina destinado à preservação da espécie, afirma já ter entrado em contato a direção do zoo ri­beirão-pretano duas vezes para saber sobre a possibilidade de transferência das duas aliás para a reserva ecológica. O primeiro contato teria sido em 2014, du­rante a gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido). Já o segundo ocorreu neste ano.

Segundo um dos diretores do Santuário dos Elefantes, o bi­ólogo Daniel Moura, o objetivo da transferência, caso o municí­pio concorde, é dar “um final de vida tranqüilo” para os animais. “Conversamos com a direção do zoológico que nos pareceu recep­tiva com a proposta”, afirma. Ele garante, porém, que não foi feito nenhum contato com o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) para tratar deste tema. Procurado pelo Tribuna e através da Coorde­nadoria de Comunicação Social, a diretoria do zoológico Fábio Bar­reto não se manifestou até o fecha­mento desta edição.

Caso Ribeirão Preto opte por doar os dois animais, os trâmites administrativos e jurídicos devem demorar cerca de quatro meses, a partir da decisão. Para a trans­ferência ser efetivada a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso, onde está localizado o santuário, também será obri­gada a emitir perecer que inclui um laudo sobre as condições do santuário – se está adequado sob os aspectos legais e ambientais à legislação do setor.

O Santuário dos Elefantes
Organização da sociedade civil sem fins lucrativos, o San­tuário dos Elefantes foi criado em 2014 através de um proje­to de ambientalistas brasileiros conduzido pelo Global Sanctu­ary for Elephants (GSF) e pela Elephant Voices, ambas organi­zações internacionais dirigidas por especialistas em elefantes.

Localizada no município da Chapada dos Guimarães, no Estado do Mato Grosso, o santuário possui 1.100 hectares e abriga dois elefantes: Maia e Guida, doadas por particulares. Atualmente, a diretoria está viabi­lizando a transferência do terceiro animal, Rana, que desde 2012 vive no zoológico de um hotel fazenda próximo a Aracaju (SE). O termo de doação de Rana foi assinado dia 14 de novembro entre o pro­prietário da Fazenda Marreco Fernandes e o presidente da ONG, Scott Blais. O município de Chapada dos Guimarães tem 20 mil habitantes.

De acordo com o diretor Da­niel Moura, o santuário foi criado para garantir aos elefantes “uma velhice e um final de vida dignos” e sem o estresse dos zoológicos, circos ou locais em que viviam. “O santuário foi pensado e planejado em todos os aspectos para garan­tir essa dignidade. Desde a escolha do local em função do clima, do período de chuvas até a vegetação da área”, afirma. A reserva tem atualmente sete funcionários, em­presas e entidades parceiras e tam­bém realiza campanhas de arreca­dação financeira. Não é permitida a visitação pública, pois, segundo o biólogo, o objetivo é dar tranqui­lidade aos animais.

Foto: Roberto Galhardo/CCS

Santuário dos Elefantes da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, quer levar as elefantas Maison, de 44 anos, e Bambi, de 40, atrações do Bosque e Zoológico Fábio Barreto

Maison está no zoo desde 2011 e Bambi, desde 2014

A elefanta Maison vaio para Ribeirão Preto em 17 de outubro de 2011, doada ao município pelo proprietário do Circo Biriba, Carlos Antônio Spíndola, o popular “Biriba”, hoje já falecido. A aliá veio do Uruguai, onde trabalhou debaixo da lona até o governo, a exemplo de outros países como o Brasil, proibir a apresentação de animais em espetáculos circenses.

Na época, a doação de Maison ganhou a mídia porque, após a negociação, descobriu-se que o Zoológico Municipal de Ribeirão Preto não possuía a estrutura exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Centro de Fauna Silvestre para abrigar o animal. Passou um ano e cinco meses em um recinto improvisado.

Em março de 2013, ganhou um espaço adequado a legislação ambiental. O recinto possui 1,5 mil metros quadrados e tanque de 100 m² e custou ao município R$ 644 mil. Parte do recurso foi obtido por meio do Programa Integrado de Educação Ambiental (Piea), do governo federal.

Na época, o primeiro projeto de adequação foi orçado em R$ 1,3 milhão. Por fim, com metade do valor inicial, o recinto foi entregue com atraso. A elefanta Maison, asiática, tem 44 anos, pesa quatro toneladas, bebe cerca de 100 litros de água por dia e gosta de frutas, principalmente maçãs.

Bambi – A outra elefanta do Bosque Fábio Barreto chegou a Ribeirão Preto em 23 de julho de 2014. A elefanta indiana Bambi veio do zoológico municipal da cidade de Leme (SP), por determinação da Secretaria de Estado do Meio ambiente de São Paulo. Na época, a pasta considerou o local e o espaço em que ela vivia inadequados. Antes Bambi pertencia ao Circo Stankowich. Com quatro toneladas e três metros de altura, ela tem 40 anos.

O recinto dos elefantes possui 1,5 mil metros quadrados e tanque de 100 m²: custou ao município R$ 644 mil depois de ser orçado em R$ 1,3 milhão

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