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Santa Tereza vai continuar fechada  

Crescente risco de incêndios florestais motivou decisão; além da Mata de Santa Tereza, serão fechadas outras áreas na região  

A Estação Ecológica de Ribeirão Preto, mais conhecida como Mata de Santa Tereza, é um importante fragmento florestal de Mata Atlântica (Alfredo Risk)  

A Fundação Florestal, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil-SP), prorrogou, por tempo indeterminado, o fechamento de 81 unidades de conservação localizadas na região metropolitana e interior do estado. O prazo original terminaria nesta quinta-feira, 12 de setembro.

Os parques, floretas, estações ecológicas e experimentais estão fechados desde 1º de setembro para proteger a população e manter foco total na prevenção a incêndios nessas áreas de preservação. A Estação Ecológica de Ribeirão Preto, mais conhecida como Mata de Santa Tereza, importante fragmento florestal de Mata Atlântica, está na lista.

Outras reservas e estações Na macrorregião também serão fechadas, incluindo a Estação Ecológica de Jataí, em Luís Antônio. Outros locais que permanecerão fechados ao público neste período são a Estação Experimental (EEX) de Araraquara; as Estações Experimentais de São Simão do distrito de Bento Quirino; a EEX de Luís Antônio; a EEX de Santa Rita do Passa Quatro e o Parque Estadual Vassununga, na mesma cidade.

A lista ainda traz as Florestas de Batatais, Bebedouro e Cajuru. Durante esse período, todas as equipes que trabalham nas unidades de conservação continuarão a se dedicar exclusivamente ao monitoramento territorial, combate a incêndios, sensibilização das comunidades dos entornos e apoios administrativos e logísticos.

“Diante da persistência das condições climáticas, que favorecem a ocorrência de incêndios, tomamos a decisão de prorrogar o fechamento dos Parques Estaduais. Essa medida, embora temporária, é fundamental para proteger a biodiversidade e garantir a segurança de todos”, diz Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal.

“Nossos profissionais continuam atuando incansavelmente no combate a possíveis focos de incêndio e na proteção das áreas fechadas. Essa decisão mostrou-se muito eficaz neste período, por isso vamos estender o fechamento enquanto o cenário estiver crítico”, emenda.

O governo de São Paulo adotou uma série de medidas preventivas para evitar incêndios e proteger a população. Além do fechamento de 81 unidades de conservação, o estado também liberou quase R$ 6 milhões para a contratação de serviços de monitoramento e combate a incêndios florestais com aeronaves. Foram contratadas 120 horas de voo de monitoramento e 300 de combate aéreo.

Além disso, ampliou o efetivo de bombeiros civis em 80% para combate ao fogo, chegando ao número de 102 profissionais que trabalham em conjunto com a Fundação Florestal, que conta com uma estrutura formada por centenas de brigadistas, vigilantes, vigilantes motorizados, e vários tipos de equipamentos que são usados por esses profissionais.

Entre eles estão caminhões-pipa, tratores, carretas-tanque, picapes 4×4, quadriciclos, sopradores, atomizador costal, roçadeiras, motosserras, bomba costal e abafadores. O Estado realizou ainda mais de 1.600 quilômetros de aceiros, faixa de terra livre de vegetação que é criada para impedir a propagação de incêndios. A iniciativa privada também auxilia na identificação das queimadas, para que o combate aconteça o mais rápido possível.

Mata de Santa Tereza – O bioma inclui matas ciliares e áreas destinadas às monoculturas de pinus e eucalipto e campos de agricultura. A Mata de Santa Tereza tem no total 181 hectares, ou 1.810.000 metros quadrados – o equivalente a mais de 200 campos de futebol (120x75m).

Porém, a Estação Ecológica de Ribeirão Preto é um pouco menor e tem oficialmente 154 hectares – os demais 27 hectares são propriedade particular.  A área abriga cerca de 174 espécies vegetais nativas, 126 diferentes espécies de aves (a jacu está ameaçada da de extinção) e nove espécies de mamíferos (o lobo-guará corre risco de extinção).

É um dos derradeiros refúgios de onças-pardas e suçuaranas, animais que no passado habitavam as matas da região. Há dez anos, em setembro de 2014, mais da metade de reserva – cerca de 90 hectares – foram destruídos por um incêndio iniciado na noite de 31 de agosto daquele ano e só controlado quatro dias depois.

 

 

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