A saída do técnico Jorge Sampaoli do Santos ainda não está completamente resolvida. Apesar de o clube ter publicado nota oficial com a informação de que o argentino pediu para deixar o cargo na última segunda-feira (9), a versão é contestada por ele. O treinador garante não ser obrigado a pagar 2,5 milhões de euros (R$ 11,4 milhões) como multa por ter rescindido antes do prazo previsto em contrato e entrou com um processo judicial contra o alvinegro praiano.
Sampaoli pede a rescisão de seu contrato com o Santos por causa de atrasos no pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos últimos quatro meses. O mesmo vale para os quatro membros da comissão técnica (os auxiliares Carlos e Jorge Desio e os preparadores físicos Pablo e Marcos Fernández).
Quando o Santos contratou Sampaoli, uma cláusula do acordo previa que o argentino teria de ressarcir o clube caso deixasse o cargo antes de 10 de dezembro deste ano. Segundo o Santos, o treinador pediu demissão na segunda-feira, dia 9, e considera ter provas suficientes disso. Porém, no entender do argentino, o desligamento ainda não foi realizado de forma oficial porque não houve assinatura de documentos.
Em nota oficial, o Santos destacou que Sampaoli pediu demissão antes do prazo previsto em contrato. “O Santos FC comunica que, na data de 09/12/2019, em reunião realizada pela manhã no CT Rei Pelé, o treinador Jorge Sampaoli pediu demissão do cargo”, disse o texto. O Estado conversou com uma pessoa próxima de Sampaoli que contestou a informação e chamou o conteúdo da nota de “irresponsabilidade”.
O Santos considera que o treinador faz uma manobra para adiar o pedido de desligamento e evitar o pagamento da multa. A demissão do treinador já foi encaminhada aos departamentos jurídico e de recursos humanos do clube, dentro do processo habitual que é feito também com outros funcionários.
O argentino vai voltar a conversar com dirigentes do Palmeiras nos próximos dias para continuar com a negociação para assumir o comando da equipe. O principal entrave é a questão financeira. A diretoria alviverde considerou muito elevada a pedida salarial de R$ 2 milhões de Sampaoli. O valor inclui o salário dele e de outros cinco auxiliares.