Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) utilizando como base o valor da cesta do Rio de Janeiro, que foi a mais cara em março (R$ 441,19), indica que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.706,44, ou 3,89 vezes o mínimo de R$ 954.
No mesmo mês do ano passado, o salário mínimo necessário era maior, de R$ 3.673,09, ou 3,92 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 937, segundo o Dieese. Em fevereiro de 2018, deveria ser de R$ 3.682,67, ou 3,86 vezes o valor estabelecido de R$ 954. Em janeiro, essa correlação era de 3,93 vezes. O Dieese calcula o valor do salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, com base no valor da cesta básica.
A elevação no benefício em 2018, fixada pelo governo em 1,81%, é a menor desde a criação do Plano Real em 1994 e ficou abaixo do resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que subiu 2,07% no ano passado. Pela primeira vez desde 2011 o reajuste foi inferior à inflação acumulada nos últimos doze meses.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ligado à Força Sindical, o salário mínimo deveria ser fixado em R$ 958 este ano – 0,42% acima, R$ 4 a mais por mês. A ação pede revisão imediata do valor, sob pena de causar prejuízo de R$ 52 ao ano a cada trabalhador – contando com o décimo terceiro.
O salário mínimo também é o valor de cerca de dois terços das aposentadorias no País. A primeira estimativa do governo previa o valor de R$ 979 neste ano, mas essa projeção foi sendo revista ao longo de 2017, para R$ 969 e depois para R$ 965. O valor definitivo, porém, ficou ainda menor. Nas contas da área econômica, o valor atual traz uma economia de R$ 3,442 bilhões no Orçamento deste ano.