Tribuna Ribeirão
Economia

Salário deve ter reajuste em maio

Depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar no evento de come­moração de 43 anos do Partido dos Trabalhadores que os estu­dos sobre o novo salário míni­mo já estão prontos, assessores da equipe econômica informa­ram que o piso salarial no país deve subir para R$ 1.320 no Dia do Trabalhador (ou Dia do Trabalho), o Primeiro de Maio.

O anúncio oficial caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Ma­rinho, já havia afirmado que o mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, seria reajusta­do ara R$ 1.320, correção de 1,38% e acréscimo de R$ 18 . O último reajuste do piso nacio­nal passou a valer no dia 1º de janeiro, quando saltou de R$ 1.212 para R$ 1.302, aporte de R$ 90 e alta de 7,42%.

Além do novo reajuste, a retomada da Política de Valori­zação do Salário Mínimo tam­bém é uma das prioridades da pasta. Marinho foi ministro do Trabalho de Lula, entre 2005 e 2007. Ele disse que se essa política não tivesse sido inter­rompida nas gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) o piso nacional hoje seria de R$ 1.396.

Em janeiro, o salário míni­mo ideal necessário para su­prir as despesas de um traba­lhador e da família dele deveria ser de R$ 6.641,58, ou 5,10 ve­zes o piso nacional atual, de R$ 1.302. Em dezembro do ano passado, quando o mínimo era de R$ 1.212, seria de R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso.

Os dados têm por base o preço da cesta básica de São Paulo (SP), de R$ 790,57. É a cesta mais cara observada pela pesquisa mensal do Departa­mento Intersindical de Estatísti­ca e Estudos Socioeconômicos. O valor estimado pelo Dieese bancaria as despesas com ali­mentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em janeiro de 2022, o sa­lário mínimo necessário seria de R$ 5.997,14, ou 4,95 vezes o piso nacional em vigor. O Diee­se calcula que, no mês passado, mesmo com o reajuste de 7,43%, seriam necessárias 116 horas e 22 minutos para que um traba­lhador que recebe o mínimo le­gal pudesse comprar o conjunto de itens da cesta básica e outros produtos e serviços.

Em dezembro, seriam ne­cessárias 122 horas e 32 mi­nutos. Em janeiro de 2022, a jornada necessária era de 112 horas e 20 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líqui­do, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o traba­lhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro, 57,18% do piso para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Em dezembro estava em 60,22%. No primeiro mês do ano passado ficou em 55,20%. Em 18 de janeiro, o presidente Lula criou um grupo de traba­lho interministerial para for­mular, em até 90 dias, uma po­lítica de valorização do salário mínimo. O GT envolve pastas como a da Fazenda, Trabalho, Planejamento, Previdência, Se­cretaria-Geral, Casa Civil e In­dústria e Comércio.

O salário mínimo atual­mente está em R$ 1.302, con­forme orçamento de 2023, que foi elaborado pelo gover­no Bolsonaro. Inicialmente, o reajuste seria para R$ 1.320, o que geraria custo anual de R$ 7,016 bilhões para os cofres federais. O presidente Lula defende que o salário mínimo precisa crescer de acordo com a expansão do Produto Inter­no Bruto (PIB).

O salário mínimo de R$ 1.302 já representa reajuste 1,4% acima da inflação do ano passado, segundo o ministro Fernando Haddad. Para cada R$ 1 de aumento no piso, são mais R$ 388 milhões de im­pacto nas contas do governo. É que boa parte das despesas, principalmente da Previdên­cia Social, é vinculada ao valor do salário mínimo.

Os R$ 6,8 bilhões destina­dos pela Emenda Constitucio­nal da Transição mostraram­-se insuficientes para bancar o aumento dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atrelados ao sa­lário mínimo. A forte conces­são de aposentadorias e pen­sões no segundo semestre do ano passado criou um impac­to maior que o estimado para os gastos do INSS.

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