Adalberto Luque
Com o aumento no fluxo de caminhões para garantir o escoamento da safra de cana-de-açúcar, os riscos de colisões traseiras aumentam consideravelmente. Muitos motoristas que trafegam nas estradas não notam a baixa velocidade dos veículos pesados, principalmente nas subidas, e qualquer descuido pode ser fatal.
De acordo com a Entrevias, que administra rodovias na região de Ribeirão Preto, a colisão traseira é o principal tipo de acidente registrado. Na Rodovia Anhanguera (SP- 330) no trecho entre Ribeirão Preto e Igarapava, o tráfico de veículos pesados representa 39% do volume diário médio de veículos.
Apenas no primeiro semestre deste ano, a concessionária registrou 48 ocorrências envolvendo veículos pesados e 52% destas situações foram colisões traseiras. Pelo menos 46% dos casos tiveram relação com a falta de atenção do condutor. O levantamento foi feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO) da empresa. Ainda no primeiro semestre de 2023, a Entrevias registrou em suas rodovias 105 ocorrências de colisão traseira envolvendo caminhões, contra 124 no mesmo período de 2022.
Apesar da redução de 15% no comparativo, a empresa reforça o alerta para que os usuários sempre mantenham uma distância segura do veículo que trafega à sua frente e que estejam atentos para perceber a diferença de velocidade existente entre ambos.
Os veículos pesados, quando estão carregados, trafegam com lentidão, acima de tudo em trechos de subida na rodovia. “Tem caminhão que circula com velocidade muito baixa, principalmente em trechos de subida. O motorista de carro de passeio que não estiver atento, pode provocar um grave acidente”, diz Jorge Baracho, gerente de Operações da concessionária.
Boa parte dos acidentes ocorrem no final da tarde e no período da noite/madrugada, diante da baixa visibilidade. A Resolução 948/2022 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que sejam instaladas faixas refletivas nas laterais e traseiras de veículos de transporte rodoviário com peso bruto superior a 4.500 quilos. Contudo, muitos caminhões não observam essa obrigatoriedade.
Iluminação
Um problema muito comum verificado é a falha na iluminação traseira. Além de ser infração passível de multa, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CBT), isso aumenta consideravelmente o risco de acidente.
Para minimizar a questão, a Entrevias instalou um sistema automatizado de iluminação em dois pontos estratégicos da Rodovia Anhanguera: um entre os quilômetros 325 e 326, no sentido Ribeirão Preto a Jardinópolis e outro entre os quilômetros 375 e 374, em Orlândia, no sentido Interior-Capital. Nestes dois trechos, postes com lâmpadas de led instalados a cada 30 metros ficam acesos no período noturno.
O investimento tem por objetivo reduzir os casos de colisão traseira, aumentando a visibilidade do trecho para que os motoristas de veículos leves possam perceber a presença de veículos pesados em velocidade baixa à frente.
“A orientação é que os motoristas estejam sempre atentos no trânsito, que respeitem os limites de velocidade e o distanciamento entre os veículos. Um veículo de passeio em alta velocidade e que não percebe a velocidade reduzida de um segundo veículo, como por exemplo, um caminhão, pode não ter um tempo adequado de resposta e causar um grave acidente. Ressalto também a importância de os caminhões respeitarem as leis de trânsito. É muito importante que ao adentrarem as rodovias os veículos estejam limpos, com faixas refletivas na traseira e com a parte elétrica e de iluminação em pleno funcionamento. Tudo isso ajuda a ter melhor visibilidade, reduz o risco deste tipo de acidente e consequentemente o número de vítimas”, conclui o especialista em segurança viária da Entrevias, Ariel Garavine.