A safra de café este ano sofrerá uma redução de 20,5 em relação a 2018. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é alcançar 48,99 milhões de sacas. Os dados estão no 3º levantamento da safra de café, divulgado nesta terça-feira, 17 de setembro. O consumidor deve ficar atento porque os preços podem subir no atacado e no varejo.
Segundo a Conab, a diminuição é influenciada pela bienalidade negativa, quando os produtores aproveitam para realizar tratos culturais nas lavouras, reduzindo a área em produção, e pelas condições climáticas. Os números seguem inferiores aos do ano passado, com diminuição de 2,8% e alcance de 1,8 milhão de hectares.
“Os cafezais sofreram ainda a incidência de altas temperaturas, ao mesmo tempo em que o ciclo vegetativo sentiu a falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura, o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem ainda menores”, informou a companhia.
A Conab ressaltou que os números da safra influenciaram inclusive nas exportações brasileiras, que também retraíram. Em agosto, atingiram cerca de 3,2 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma queda de 9,5% em relação ao mesmo período de 2018.
De acordo com a pesquisa, o fenômeno atinge de forma mais intensa a espécie arábica. Os cafezais sofreram ainda a incidência de altas temperaturas, ao mesmo tempo em que o ciclo vegetativo sentiu a falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura, o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem ainda menores.
Produção nos estados
Maior produtor de café no país, o estado de Minas Gerais deve colher uma safra menor este ano, de 24,52 milhões de sacas, com redução de 26,5%. Isso é reflexo da diminuição da área em produção e menor rendimento médio da cultura em todas as áreas produtivas.
Já o Espírito Santo, que tem a maior produção de conilon, deverá ter um crescimento de 14,8% na produção da espécie, influenciado por melhores condições climáticas e aumento de área produtiva.
Por outro lado, a produção de arábica, que corresponde a 23% da produção capixaba, terá quebra de 33,6%, o que puxa o volume produzido de café no estado em 2%, quando comparado à safra passada.
Os demais estados produtores, da mesma forma, projetam o efeito negativo do fenômeno da bienalidade, com queda de produção frente ao alcançado na safra passada, com exceção de Goiás e Mato Grosso que obtiveram crescimento de produção de cerca de 21% e 16% respectivamente.
Na sequência de maior produção de sacas beneficiadas, vêm São Paulo (4,37 milhões), Bahia (2,80 milhões), Rondônia (2,10 milhões), Paraná (950 mil), Rio de Janeiro (276 mil), Goiás (236 mil) e Mato Grosso (121 mil).