Tribuna Ribeirão
Economia

Safra deve cair 1,2%, diz Conab

WENDERSON ARAÚJO/CNA

As condições climáticas registradas durante o ano sa­fra 2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 254 milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%.

Apesar do aumento de área plantada em mais de 4%, a re­dução se deve, principalmente, à queda das produtividades es­timadas nas culturas de segun­da safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produto­ras, bem como às baixas tempe­raturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país.

Os dados estão no 11º Le­vantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado pela com­panhia nesta terça-feira, 10 de agosto. Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas.

Com a colheita encer­rada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior pro­dutor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas.

Para o arroz, a produção nes­te ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao fei­jão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de tonela­das, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impac­tada pela seca nas principais regiões produtoras do país.

Dentre as culturas de inver­no, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Caso a estimativa de colheita seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país.

Já segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrí­cola de julho, também divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE), a safra agrícola de 2021 deverá totalizar 256,1 mi­lhões de toneladas, uma alta de 0,8% em relação ao resultado de 2020, o equivalente a 1,9 milhão de toneladas a mais.

Em relação ao levantamen­to de junho, houve redução de 0,9% na estimativa de produ­ção deste ano, o equivalente a 2,4 milhões de toneladas a me­nos. Mesmo assim, a estima­tiva do LSPA de julho sinaliza mais um recorde na série his­tórica, iniciada em 1975, ainda que apenas ligeiramente supe­rior ao recorde de 2020.

Além disso, os produtores brasileiros devem colher 68,2 milhões de hectares na safra agrícola de 2021, uma eleva­ção de 4,3% em relação à área colhida em 2020. O resultado representa 2,8 milhões de hec­tares a mais em um ano. Em relação ao LSPA de junho, o crescimento foi de 177,6 mil hectares, alta de 0,3%.

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