A primeira estimativa para a safra nacional de grãos do ano que vem indica queda de 1% na produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), serão colhidas 238,5 milhões de toneladas, o que corresponde a uma diferença de 2,3 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. É a segunda maior projeção da série histórica iniciada em 1975, atrás apenas de 2017, com 240,6 milhões.
De acordo com o IBGE, a redução tem como causa uma produção menor prevista para o milho (-7,5%). Para a soja, espera-se um crescimento de 4,7%. Três dos cinco produtos de maior peso também devem ter menor produção: o algodão herbáceo (-0,1%), o feijão primeira safra (-1,5%) e o milho primeira safra (-1,2%). As estimativas apontam perspectivas melhores para a soja, com o crescimento de 4,7%. Outro que deve ter variação positiva é o arroz (1,6%).
Área
Com relação à área plantada, os dados são positivos para o algodão herbáceo em caroço, que pode ter crescimento de 4,4% no espaço atual, que é de 1,7 milhão de hectares. Conforme o IBGE, as chuvas mais abundantes e regulares nas principais regiões produtoras do Mato Grosso e da Bahia beneficiaram as lavouras, que alcançaram produtividade elevada (4.234 kg/ha) neste ano.
O prognóstico para a soja é de elevação de 0,8% da área plantada e para o milho, de 0,4%. As reduções ficarão por conta da área do feijão primeira safra (-0,3%) e do arroz (-0,9%). A primeira estimativa da produção de feijão para a safra 2020 indica a produção de 2,8 milhões de toneladas, o que representa recuo de 7,0% em relação à safra de 2019. Segundo o IBGE, a primeira safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a segunda safra, 1,1 milhão de toneladas e a terceira safra, 461,9 mil toneladas.
O IBGE informou ainda que, como o plantio e a colheita da segunda e terceira safra de feijão vão ocorrer em 2020, as estimativas de produção podem ter grandes alterações nos próximos prognósticos. O instituto também divulgou que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 240,8 milhões de toneladas, ou seja, será 6,3% superior à de 2018, que registrou 226,5 milhões de toneladas.
O resultado significa crescimento de 77,5 mil toneladas em relação à estimativa do mês anterior. O recorde anterior ocorreu em 2017, com a produção de 238,4 milhões de toneladas. A estimativa da área a ser colhida é de 63,1 milhões de hectares, com alta de 3,6% na comparação a 2018. Juntos, arroz, milho e soja, os três principais produtos do grupo, somaram 92,8% na estimativa da produção e 87,0% da área a ser colhida.
A produção estimada da soja é de 113,0 milhões de toneladas. O milho terá uma produção recorde de 100,2 milhões de toneladas (25,9 milhões de toneladas de milho na primeira safra e 74,3 milhões de toneladas de milho na segunda safra). Para o arroz , a produção é estimada em 10,3 milhões de toneladas. O algodão pode bater recorde na série histórica do IBGE, com a produção de 6,9 milhões de toneladas. Em comparação a 2018, houve queda de 4,1% para a soja e de 12,0% para o arroz, mas também crescimento de 23,2% para o milho e de 39,7% para o algodão herbáceo.
Conab
A estimativa da safra 2019/2020 de grãos aponta para um novo recorde, com 246,4 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% ou 4,3 milhões de toneladas em comparação à safra 2018/19. Os números são do segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A pesquisa de campo foi realizada no período de 28 de outubro a 1º de novembro, com mais de 900 informantes em todo o país. A intenção de plantio sinaliza uma variação positiva de 1,4% quando comparado à área da última safra, chegando a 64,1 milhões de hectares.