Tribuna Ribeirão
Economia

Safra da cana recua 1,6%, aponta IBGE

MARCELO CAMARGO-AG.BR

A safra agrícola brasi­leira alcançou um valor de produção recorde de R$ 343,5 bilhões em 2018, um crescimento de 8,3% ante o desempenho registrado no ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2018, divulgada pelo Institu­to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Dispu­tas comerciais entre Estados Unidos e China, quebra de safra na Argentina e a de­manda chinesa pelo algodão herbáceo alavancaram os preços das principais com­modities brasileiras”, justifica o IBGE, em nota.

A cana-de-açúcar, porém, somou 746,8 milhões de to­neladas, recuo de 1,6% ante o ano anterior, com valor de produção de R$ 52,2 bilhões, queda de 3,0% em relação ao ano de 2017. Foram planta­dos 78,5 milhões de hectares em 2018, uma redução de 0,6%, o equivalente a menos 483 888 hectares. A soja atin­giu uma produção recorde de 117,9 milhões de toneladas e R$ R$ 127,5 bilhões arrecada­dos. O café também registrou um recorde de 3,6 milhões de toneladas colhidas, 32,5% a mais que em 2017, com um valor de produção de 22,6 bi­lhões de reais, alta de 22,0%.

O algodão herbáceo foi outro a alcançou a melhor marca histórica, com 5,0 mi­lhões de toneladas e valor de produção de R$ 12,8 bilhões. Já a safra de milho encolheu 16,0%, para 82,3 milhões de toneladas, por causa de pro­blemas climáticos, mas o preço compensou parte dos prejuízos dos produtores, to­talizando R$ 37,6 bilhões, alta de 14,1%, lembrou o IBGE.

A maior queda na área cultivada ocorreu no milho, com 1,2 milhão de hecta­res a menos, queda de 6,8%, por causa da falta de chuvas na época do plantio. As dez principais culturas (soja, ca­na-de-açúcar, milho, café, algodão herbáceo, mandio­ca, laranja, arroz, banana e fumo) em valor da produção representaram quase 85,6% de todo o valor gerado pela ativi­dade agrícola no País em 2018.

Estados
O Estado de São Paulo manteve a liderança entre as 27 Unidades da Federação no ranking de valor da produção, com 15,5% da participação nacional. Em segundo lugar figurou Mato Grosso, com uma fatia de 14,6%, seguido pelo Paraná, com 12,0%, Rio Grande do Sul, com 11,4%, e Minas Gerais, com 10,2%.

Municípios
Segundo o IBGE, o mu­nicípio de São Desidério, na Bahia, alcançou o maior va­lor de produção agrícola do País em 2018: R$ 3,6 bilhões. O montante representa um salto de 54,4% em relação ao ano anterior. Condições climáticas favoráveis e bons preços pagos às commodities foram responsáveis pela ele­vação do valor de produção do município, justificou o IBGE. A principal cultura lo­cal foi a soja, com 1,6 milhão de toneladas, alta de 12,4% ante 2017, e valor de pro­dução de R$ 1,8 bilhão, um acréscimo de 24,0%.

O município ainda é o segundo maior produtor de algodão herbáceo do País, somando 513,3 mil tonela­das no ano passado, alta de 75,4%, com valor de pro­dução de R$ 1,5 bilhão. São Desidério produziu também 558,1 mil toneladas de milho, uma elevação de 45,0% ante 2017, com valor de produ­ção de R$ 281,7 milhões. O segundo lugar no ranking de valor de produção foi Sape­zal, em Mato Grosso, com R$ 3,3 bilhões, alta de 28,0% em relação ao ano de 2017.

Maior produtor de algo­dão herbáceo do País, Sapezal colheu 756,9 mil toneladas do produto em 2018, 27,1% a mais que no ano anterior, com valor de produção de R$ 1,8 milhão, alta de 42,3%. O município foi responsável pela produção de 15,3% do algodão herbáceo nacional e 2,9% de todo o al­godão mundial, frisou o IBGE. Sapezal também produziu 1,2 milhão de toneladas de soja, aumento de 12,7%, com valor de produção de R$ 1,2 bilhão, alta de 21,6%. A produção lo­cal de milho encolheu 22,2% no ano, totalizando 903,0 mil toneladas, com valor de pro­dução de R$ 315,7 milhões, redução de 2,4%.

O terceiro município com maior valor de produção agrícola em 2018 foi Sorriso, em Mato Grosso, que ocu­pou a liderança do ranking de 2017. O valor da produ­ção local totalizou R$ 3,3 bilhões, um avanço de 0,7% ante o ano anterior. A safra de soja somou 2,2 milhões de toneladas, alta de 3,4%, com valor de produção de R$ 2,0 bilhões, retração de 6,9% em relação ao ano de 2017. O mi­lho teve produção de 2,9 mi­lhões de toneladas, queda de 25,8%, com valor de produ­ção de R$ 961,3 milhões, alta de 8,1%. Já o algodão herbá­ceo alcançou 86,7 mil tonela­das, alta de 74,6%, com valor de produção de R$ 209,1 mi­lhões, um salto de 132,0%.

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