Tribuna Ribeirão
Economia

Safra da cana deve ter queda de 1,2%

A produção de cana-de­-açúcar deverá ter uma queda de 1,2% e chegar a 625,96 milhões de toneladas na safra 2018/2019. Na de 2017/2018, a produção fechou em 633,26 milhões de toneladas. A estimativa é parte do primeiro levantamento divulgado nesta sexta-feira, 3 de maio, em Brasí­lia, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Caso se confirme, será a terceira queda consecutiva na produção.

A área colhida está estima­da em 8,61 milhões de hectares, um recuo de 1,3% em relação 2017/2018. Segundo a Conab, a queda é por conta da devolução de terras arrendadas. A rescisão de contratos com fornecedores também contribuiu para a redu­ção dos índices já sinalizados no fechamento da safra anterior.

“Esta pequena redução de área está ligada à reorganização das próprias usinas, que passa­ram por dificuldades no passado e agora estão se reorganizando. Dentro desse processo há uma decisão tomada no sentido de não renovar contratos com forne­cedores, aqueles que têm rendi­mentos menores, e com os forne­cedores que estão muito distantes da usina”, diz o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto.

“Essa redução é muito peque­na e está se dando nas áreas que não puderam ser mecanizadas”, afirmou o coordenador-geral de Açúcar e Agroenergia do Mi­nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Caldas. Em São Paulo, maior produtor nacional, as informações coleta­das no primeiro levantamento indicam redução de 12 milhões de toneladas em relação à safra recém-encerrada, o equivalente a uma queda de 3,4%, alcançando 337,24 milhões de toneladas na safra 2018/19.

Em Alagoas, maior produtor regional, a redução na área colhi­da, de 0,7%, e na produtividade, de 1,6%, decorre da expectativa de queda na participação dos fornecedores que, segundo o le­vantamento, estão operando com grandes dificuldades financeiras, resultando numa produção de 13,34 milhões de toneladas, uma queda de 2,3% em relação à safra passada. De acordo com a Conab, o Brasil é o maior produtor mun­dial de cana-de-açúcar, tendo grande importância para o agro­negócio do país.

Mais etanol – Diante das condições do mercado externo – com grande oferta de açúcar e preços baixos – e da melhoria da qualidade da cana-de-açúcar, a Conab estima que o Brasil deve­rá aumentar produção de etanol em 1,4%, atingindo 28,16 bilhões de litros e reduzir a produção de açúcar em 6,3% com 35,48 mi­lhões de toneladas.

No caso do etanol anidro, usado na mistura com a gaso­lina, o aumento estimado é de 7% em sua produção, chegando a 11,86 bilhões de litros, com a elevação justificada pelo maior consumo de gasolina nos últi­mos anos. Já a produção de eta­nol hidratado, que é o próprio álcool biocombustível, deverá ser de 16,3 bilhões de litros, com uma queda de 2,3%, atingindo 380,38 milhões de litros.

A Conab destacou ainda que uma maior produção de eta­nol deve-se ao melhor fluxo de comercialização do produto. O etanol, diferentemente do açúcar, tem a comercialização pratica­mente instantânea. O pagamento é realizado tão logo o combustível é entregue na distribuidora. Já o açúcar tem a comercialização pautada em contratos futuros.

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