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Rússia intensifica bombardeio de Kiev

STOYAN NENOV/REUTERS

A Rússia intensificou o bom­bardeio de Kiev nesta terça-feira, 15 de março. A ação destruiu apartamentos e uma estação de metrô e ocorreu enquanto 2 mil carros de civis fugiram de Ma­riupol por meio de um corredor humanitário, no que se acredita ser a maior evacuação já feita do porto. Enquanto isso, os di­plomatas iniciam uma nova ro­dada de negociações, via vídeo, para chegar a um acordo que coloque fim no conflito entre os dois países.

Grandes explosões ocor­reram antes do amanhecer em Kiev. Segundo autorida­des ucranianas, os barulhos se tratavam de ataques de artilha­ria, já que o ataque da Rússia à capital parecia se tornar mais sistemático e se aproximava da cidade. Ao todo, mais de três milhões de pessoas já deixaram o país desde o início dos confli­tos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente ucraniano Vo­lodymyr Zelensky disse que bombas atingiram quatro pré­dios de vários andares na cida­de e mataram dezenas de pes­soas. O bombardeio provocou um grande incêndio em um prédio de 15 andares. Ele afir­ma que 197 crianças ucranianas já morreram na guerra.

Os combates se intensifica­ram nos arredores de Kiev nos últimos dias, e sirenes de ataque aéreo soaram dentro da capi­tal. O prefeito Vitali Klitschko anunciou um toque de recolher de 35 horas que se estenderá até a manhã de quinta-feira (17).

Um prédio de apartamen­tos de dez andares no distrito de Podilsky, em Kiev, ao norte do bairro do governo, foi danificado. As forças russas também inten­sificaram os ataques durante a noite em Irpin e nos subúrbios de Hostomel e Bucha, no noroeste de Kiev, disse o chefe da região da capital, Oleksiy Kuleba.

Uma das situações mais de­sesperadoras é em Mariupol, cidade de 430 mil habitantes do sul, onde autoridades dizem que um cerco de uma semana matou mais de 2.300 pessoas e deixou os moradores lutando por comida, água, calor e remédios.

No leste do país, as forças rus­sas lançaram mais de 60 ataques durante a noite de segunda-feira (14) em direção à maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, de acordo com o chefe da administração regional, Oleh Sinehubov. As greves atingiram o centro his­tórico da cidade, incluindo o principal mercado.

Sinehubov disse que os in­cêndios estavam aumentando e equipes de resgate retiraram de­zenas de corpos de civis das ruí­nas de prédios de apartamentos destruídos. Em Mykolaiv, uma cidade estratégica do sul perto do Mar Negro, onde os ataques aéreos mataram nove pessoas no domingo (13), os moradores se preparam para mais ataques.

Voluntários preparam ali­mentos e separam roupas doa­das em um estaleiro naval aban­donado que foi transformado em centro de apoio às tropas. Coquetéis molotov estavam disponíveis para enfrentar os invasores. Nesse cenário, o par­lamento ucraniano votou pela prorrogação da lei marcial por mais um mês, até 24 de abril.

De acordo com a medida, solicitada por Zelensky, homens entre 18 e 60 anos estão impedi­dos de deixar o país para que pos­sam ser convocados para lutar. O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou nesta terça-feira que um cessar-fogo está na mesa de negociações en­tre Rússia e Ucrânia.

No entanto, segundo ele, o acordo só deve ser aprovado quando a Ucrânia aceitar as condições impostas por Mos­cou. Nebenzya disse que entre as condições estão a desmilita­rização da Ucrânia e a não en­trada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O embaixador também destacou que a Rússia apresen­tará seu próprio projeto de re­solução sobre a situação huma­nitária na Ucrânia.

Líderes de três países euro­peus anunciaram que visitariam Kiev, em meio aos intensos bom­bardeios russos à capital ucrania­na, para encontrar o presidente Volodymyr Zelensky, em uma de­monstração de apoio à resistência do país nesta terça-feira. O pri­meiro-ministro checo Petr Fiala e o polonês Mateusz Morawiecki anunciaram planos para a visita, dizendo que eles e Janez Jansa da Eslovênia se encontrariam com o presidente da Ucrânia.

Jornalistas
O câmera da Fox News Pierre Zakrzewski foi morto na Ucrânia após o veículo em que estava viajando ser atingido por disparos. Aos 55 anos de ida­de, ele estava trabalhando com outro jornalista da Fox News Benjamin Hall, na segunda-fei­ra (14), quando ambos foram atacados perto da capital Kiev.

Hall continua no hospital. Zakrzewski foi o segundo jorna­lista morto cobrindo o conflito na Ucrânia. Brent Renaud, cine­asta e jornalista norte-americano, foi morto a tiros por forças russas na cidade de Irpin, na região de Kiev, disse um chefe regional de polícia no domingo (13). Era um fotógrafo veterano de zonas de guerra que cobriu vários conflitos para a Fox News, incluindo no Iraque, no Afeganistão e na Síria.

A jornalista russa Marina Ovsiannikova foi conduzida a um tribunal de Moscou no co­meço na tarde de ontem, um dia após invadir um estúdio da emis­sora estatal Canal 1 para protestar contra a guerra na Ucrânia. Ela invadiu a transmissão do tele­jornal noturno da emissora na segunda-feira pedindo o fim da guerra e denunciando a “propa­ganda” do governo russo.

De acordo com a BBC News, a jornalista não foi pro­cessada com base na nova lei russa – que pode resultar em até 15 anos de prisão –, mas por uma denúncia administra­tiva sobre “organizar um evento público não autorizado”, o que pode resultar em prisão de dez dias e multa de até 30 mil rublos (cerca de R$ 1.400).

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