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Rússia e Ucrânia abrirão corredores humanitários

BERNADETT SZABO/REUTERS

Após reunião de mais de três horas, negociadores ucranianos e russos concor­daram com a criação de cor­redores humanitários para a saída de civis e a entrada de medicamentos e ajuda huma­nitária na Ucrânia. Em en­trevista coletiva, o negocia­dor ucraniano afirmou que haverá uma terceira rodada de negociações na próxima semana e que é possível que haja um cessar-fogo durante o período da evacuação.

Os negociadores russos confirmaram que estão de acordo com a saída da po­pulação civil. “Concordamos que vamos manter corredores humanitários, vamos manter possibilidade de cessar-fogo nesses corredores humanitá­rios e pedimos à população para que usem os corredores e esperamos que tudo acabe logo”, afirmou um dos nego­ciadores russos.

Um pouco antes, ainda du­rante a reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Ze­lensky, afirmou que os russos não podem falar com os ucra­nianos como se fossem alguém de outra categoria. “Precisa­mos conversar como iguais. Precisamos sentar e conver­sar. Acho que ele [Vladimir Putin, presidente russo] está num mundo diferente. A pessoa ganha uma chance de se tornar grandiosa para seu país, mas não está aprovei­tando”, disse Zelensky.

O mandatário ucraniano disse ainda que quer salvaguar­dar o país e seu povo e disse acreditar que, em uma conver­sa franca com Putin, poderiam chegar a um acordo, à paz. Ze­lensky disse ainda que espera que a Ucrânia não desapareça. “Se a Ucrânia desaparecer, ou­tros países podem desapa­recer também, até chegar às portas de Berlim”. E recha­çou a narrativa russa de que os próprios ucranianos estão matando sua população.

“Não somos nós que ma­tamos o povo ucraniano. Não somos nós que matamos nos­sos civis, não somos nós que matamos nossas crianças”. O presidente russo afirmou, por outro lado, que a Ucrânia e a Rússia são o mesmo povo. Mas disse que a “operação especial”, como ele chama a invasão do território ucraniano, visa defen­der a pátria russa, seus oficiais e soldados, que estão agindo como verdadeiros heróis.

Em sessão extraordinária da Assembleia Geral das Na­ções Unidas sobre a Ucrânia na quarta-feira, 2 de março, 141 países votaram a favor da resolução que condena a in­vasão russa, cinco nações vo­taram contra e 35 se abstive­ram. A resolução, que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas. Apesar de não ser uma medida concreta, a decisão tem um poder políti­co muito grande e evidencia o isolamento russo. O Brasil vo­tou a favor. A China se absteve.

O governo federal editou portaria nesta quinta-feir para conceder visto humanitário e autorização de residência aos refugiados da guerra da Ucrâ­nia – sejam cidadãos do país europeu ou apátridas afetados pelo conflito. Os imigrantes beneficiados pelo dispositivo poderão exercer atividade la­boral no Brasil.

Assinado pelos ministros Carlos França (Relações Exte­riores) e Anderson Torres (Jus­tiça e Segurança Pública), o despacho anunciado pelo pre­sidente Jair Bolsonaro (PL) na semana passada determina a concessão de visto de 180 dias aos refugiados e possibilidade de residência temporária para ucranianos e apátridas com prazo de dois anos.

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