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Rússia abre nova etapa da guerra

SATELLITE IMAGE/MAXAR TECHNOLOGIES

A Rússia lançou nesta ter­ça-feira, 19 de abril, uma nova fase de sua ofensiva na guerra da Ucrânia, uma mudança que era esperada desde a retirada das tropas de Kiev. Agora o objetivo é capturar a região de Donbas, no leste do país, onde os sepa­ratistas apoiados por Moscou lutam contra as forças ucrania­nas há oito anos. Ao mesmo tempo, a Rússia ampliou os ataques à Ucrânia, com mais de mil instalações militares sendo atingidas, segundo o Ministério da Defesa russo.

Horas depois de o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky dizer que as tropas russas “come­çaram a batalha por Donbas”, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, anun­ciou que Moscou buscaria a “li­bertação completa” de Donetsk e Luhansk no leste. O governa­dor regional de Luhansk disse nesta terça que a cidade oriental de Kreminna está agora “sob o controle” das forças russas, o que permitiria que os russos avan­çassem em direção a Kramator­sk, capital da região de Donbas.

Se for bem-sucedida, essa ofensiva daria ao presidente Vladimir Putin uma peça vital da Ucrânia e uma vitória extre­mamente necessária na guerra de sete semanas que ele pode­ria apresentar ao povo russo em meio a crescentes baixas e dificuldades econômicas causa­das pelas sanções do Ocidente. Também cortaria efetivamente a Ucrânia em duas e a privaria dos principais ativos industriais concentrados no leste, incluin­do minas de carvão, fábricas de metais e fábricas de construção de máquinas.

No que parecia ser uma in­tensificação dos ataques à Ucrâ­nia, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-ge­neral Igor Konashenkov, dis­se que mísseis lançados do ar destruíram 13 locais de tropas e armas ucranianas, enquanto a força aérea atingiu 60 outras instalações militares ucrania­nas, incluindo depósitos de armazenamento de ogivas de mísseis. A artilharia russa atingiu 1.260 instalações mili­tares ucranianas e 1.214 tropas nas últimas 24 horas, disse Konashenkov nesta terça-feira.

As alegações não puderam ser verificadas de forma inde­pendente. Segundo autoridades ucranianas e americanas, a ofen­siva de agora será muito mais metódica. Em vez de ataques relâmpagos das linhas de fren­te russas, as forças de Moscou – dispostas em um semicírculo que se estende de oeste a leste da cidade de Izium a Sieverodo­netsk – aumentaram suas bar­ragens de artilharia e enviaram pequenos destacamentos de tro­pas para operações de reconhe­cimento das linhas ucranianas.

Muitas das tropas ucrania­nas que estão em Donbas estão entrincheiradas em terraple­nagens que estão lá há quase uma década. Conhecidos como “operações de modelagem” nos círculos militares, esses ataques russos menores costumam ser precursores de movimentos de tropas maiores ou servem como distração para outras frentes.

Nos últimos dias, os russos enviaram cerca de onze gru­pos táticos de batalhões para Donbas, elevando o número para cerca de 75, segundo ofi­ciais do Pentágono. Cada grupo tem cerca de mil soldados. Em Horlivka, uma cidade ocupada por separatistas apoiados pela Rússia, um morador disse que, após uma semana de silêncio, agora havia fogo de artilharia pesado vindo do lado russo, jun­to com movimentos de tropas e jatos russos sobrevoando.

Escalada
Houve ataques em toda a Ucrânia nos últimos dias, sinalizando uma nova escala­da: em Kharkiv, por exemplo, a artilharia russa atingiu uma área residencial frequente­mente bombardeada, matan­do pelo menos três pessoas.

O ataque letal ocorre após dois dias de disparos de foguetes e artilharia em partes da cidade que raramente eram atingidas no mês passado. Outras cida­des como Zaporizhzhia, Lviv e Kiev, a capital, foram atingidas por mísseis de cruzeiro e fogo de artilharia enquanto as forças russas preparavam tropas terres­tres para atacar Donbas.

Mariupol cercada
Enquanto as forças russas es­tão sondando as linhas de frente ucranianas e colocando forças em posição no extremo norte de Donbas, a luta no sul – ao re­dor da cidade de Mariupol – se transformou em um cerco com­pleto, com os defensores ucra­nianos mal resistindo. Milhares de civis foram feridos ou mortos na batalha de um mês, segundo autoridades ucranianas.

Capturar Mariupol é uma parte fundamental da campa­nha russa na Ucrânia. A queda da cidade permitiria à Rússia completar uma ponte terrestre entre o território russo e a Cri­meia ocupada. Também per­mitiria que as forças russas se reconstituíssem e avançassem para o norte, para posições ucranianas ao redor da cidade de Zaporizhzhia. Isso pode­ria permitir que eles pressio­nassem ainda mais as tropas ucranianas do norte e do sul, enfatizando as linhas de abas­tecimento e outros recursos.

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