Na tarde desta segunda-feira, 6 de julho, o deputado estadual Rafael Silva (PSB) enviou ofícios ao governador João Doria (PSDB), ao secretário de Saúde, José Henrique Germann, e ao secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, alertando para um possível colapso na rede de saúde de Ribeirão Preto. O maior motivo é o esgotamento de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com covid-19.
O parlamentar cita que a cidade já tem mais mortes que vários países juntos, como Austrália (106), Nova Zelândia (22), Uruguai (28) e Paraguai (20) e que isso já poderia ser considerado uma situação caótica. “Não dá pra aceitar o que está acontecendo. Parece que o município está sem comando. Faz uma semana que estamos com taxa de ocupação de leitos em mais de 90%. Chegamos a registrar 98%”, diz.
“Dos 28 respiradores que vieram para o HC, apenas dois foram instalados na sexta-feira, dia 03. Temos equipamentos, mas faltam recursos financeiros para contratação de profissionais. A direção dos hospitais luta, mas como fazer sem recursos?”, questiona Rafael Silva. Nos ofícios, o deputado solicita medidas urgentes para Ribeirão, entre elas a transferência de verbas direto para os hospitais, como o próprio Hospital das Clínicas (HC).
“Há verba vindo dos governos estadual e federal, mas não se observa o uso estratégico, correto disso. Faltam medicamentos, faltam até cestas básicas. Por isso estou chamando a atenção de todo o governo do Estado. Não podemos ficar de braços cruzados diante do crescimento de casos e de mortes. Uma morte é muito dolorida. Se pensarmos nas 184 mortes, já temos uma tragédia, principalmente se compararmos os dados com outros países que tomaram medidas sérias”, ressaltou o parlamentar.
O deputado também relata que diariamente muitos moradores reclamam do atendimento no Polo Covid-19, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Treze de Maio, principalmente pela demora ou ausência de testes. E destaca que a região segue, em dados preocupantes, o ritmo de Ribeirão, que é o centro de dezenas de cidades, tanto para tratamento da doença como para local de trabalho.
“Os leitos de UTI, não podemos nos esquecer, são importantes também para outros pacientes de doenças igualmente graves, ou vítimas de acidentes, por exemplo. Por isso é preciso agir de forma correta e urgente. Ou teremos o caos em Ribeirão”, finaliza.