O número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 4,55% em agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 251.318 para 262.764, com 11.446 devedores a mais. Significa que 37,3% da população da cidade, estimada em 703.293 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alguma conta em atraso, aponta a Serasa Experian.
Em relação a julho deste ano, quando a cidade tinha 263.760 inadimplentes, houve leve queda de 0,37%. Ou seja, 996 ribeirão-pretanos quitaram suas dívidas em agosto, quando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a liberar a primeira parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas.
Segundo previsão da Gerência Executiva de Ribeirão Preto com base na folha de pagamento de julho do INSS, 113.118 aposentados e pensionistas da cidade dividiram cerca de R$ 106,9 milhões – correspondente a 50% de R$ 213,8 milhões.
Em julho deste ano, 37,5% dos moradores da cidade tinham alguma fatura pendente. Ribeirão Preto fechou o ano passado com 253.260 devedores, alta de 5,7% em relação aos 239.507 de dezembro de 2017, acréscimo de 13.753 pessoas.
Evolução da inadimplência
Em relação a janeiro, quando 256.446 ribeirão-pretanos estavam endividados, a alta em agosto chega a 2,5%, com aporte de 6.318inadimplentes. O pico deste ano foi registrado em abril, quando 266.374 moradores da cidade tinham alguma conta pendente, 37,9% da população. O menor número foi constatado em fevereiro, com 256.287 devedores. Em março eram 263.025, em maio 260.493 e, em junho, de 265.097.
A média de crescimento da inadimplência em Ribeirão Preto no mês de agosto, de 4,55%, é superior à nacional, que ficou em 3,08%, saltando de 61,5 milhões em 2018 para 63,4 milhões no oitavo mês deste ano – 1,9 milhão entraram, na lista de “maus pagadores”.
Na comparação com agosto de 2017, o índice teve aumento de 4,9%, com três milhões de inadimplentes a mais do que os 60,4 milhões da época. O número nacional representa 40,6% da população adulta do país, que deve principalmente para instituições financeiras.
Na visão por gênero, os homens são a maior parte (50,8%), devendo mais para o segmento de bancos e cartão de crédito. Já elas (49,2%) têm mais dívidas atrasadas em utilities – contas de água, luz e gás.
Se comparado a julho, quando o país tinha 63,3 milhões de devedores, aproximadamente 100 mil entraram para as listas de contas atrasadas e negativadas – leve aumento de 0,15% em agosto.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o mito de que mulheres devem mais não existe. “Podemos falar que hoje os gêneros estão em pé de igualdade, ambos impactados fortemente pelo desemprego no país. Apesar disso, os dados indicam uma estabilidade no número nos últimos meses, um sinal de alívio para a economia do país”.
A representatividade da soma de bancos e cartões e financeiras é maior no montante de dívidas atrasadas dos homens (40%) do que nas mulheres (37,3%). Elas têm mais contas negativadas em utilities (água, luz e gás) e varejo.
Segundo Rabi, os homens costumam assumir mais compromissos com instituições financeiras do que elas. “É mais comum que os financiamentos de veículos e imóveis, por exemplo, sejam feitos por eles. Isso se deve pela maior renda da população masculina, que acaba tendo a aprovação de crédito mais fácil do que para mulheres”.
Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o valor médio da dívida do brasileiro em agosto era de R$ 3.277,74. Com base nesta informação, o montante da inadimplência em Ribeirão Preto no mesmo mês estava em R$ 861.272.073,36.
Ficou praticamente estável – leve alta de 0,38% – em relação a julho, quando montante era R$ 857.932.152,00 (o valor médio das dívidas era de 3.252,70. O percentual de inadimplentes no estado de São Paulo também cresceu em agosto em relação a julho, de 42,8% para 43,6% da população adulta. Os paulistas representam 24% do total de devedores do Brasil, cerca de 15,2 milhões de pessoas.