Ribeirão Preto já soma 75 mortes decorrentes de acidentes de trânsito em nove meses deste ano. Somente em setembro foram registrados seis óbitos, um a cada cinco dias. Os números alarmantes são superiores aos do mesmo período de 2017, quando 71 pessoas morreram na malha viária da cidade – tem 1,5 mil quilômetros de ruas, avenidas, travessas e alamedas pavimentadas. São quatro vítimas fatais a mais, alta de 5,63%.
Junho e agosto foram os meses mais violentos. Neste ano, em Ribeirão Preto, foram seis mortes em setembro, 14 em agosto, oito em julho, 14 em junho, nove em maio, cinco em abril, seis em março, oito em fevereiro e cinco em janeiro. O município registra mais de oito mortes por mês (8,3), uma a cada quatro dias, em média. Pedestres, motociclistas e ciclistas são as principais vítimas e representam 80% dos casos fatais (60). Dentre as 75 vítimas, 53 eram homens (70,6%) e 22 mulheres (29,4%) – no mesmo período do ano passado foram 62 do sexo masculino (87,3%) e nove do feminino (12,7%).
Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito (Infosiga-SP), o número de mortes em setembro deste ano caiu em relação ao constatado no mesmo mês de 2017, baixando de sete para seis, um a menos, queda de 14,3%. Das 75 mortes constatadas em 2018 na cidade, 19 foram por atropelamento (25,3%), duas a mais que as 17 dos nove primeiros meses do ano passado, alta de 11,7%. As demais mortes ocorreram em choques (14) e colisões (27) ou por outros motivos (15).
Entre 1º de janeiro e 30 de setembro do ano passado, a principal causa de óbitos foram colisões (28) – dez choques e 16 acidentes provocados por outras razões, além dos 17 atropelamentos. Em 2018, em nove meses, 35 motociclistas morreram nas ruas e avenidas de Ribeirão Preto, aumento ínfimo de 2,94% e uma a mais em relação aos 34 óbitos do mesmo período de 2017. Representam 46,6% do total neste ano. Foram três mortes em setembro. A média é de um óbito a cada dez dias.
A quantidade de pedestres mortos na malha viária de Ribeirão Preto cresceu 18,7%: saltou de 16 para 19 em 2018, três mortes a mais. A média neste ano na cidade é de aproximadamente uma morte a cada 15 dias. Representa 25,3% do total de óbitos. Os acidentes fatais envolvendo ciclistas caíram 25%, de oito para seis, dois a menos. A média atual é de uma morte a cada 45 dias. Representa 8% do total.
Ribeirão Preto fechou 2017 com mais mortes na comparação com o total de óbitos de 2016, segundo o Infosiga-SP. De 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano passado, o trânsito na cidade fez 92 vítimas fatais (média mensal de quase oito), contra 82 de todo o exercício anterior (menos de sete por mês), dez a mais e alta de 12,2%.
Em 81,5% dos casos as vítimas eram motociclistas, ciclis¬tas ou pedestres (75 no total) e apenas 18,5% estavam de carro, caminhão ou outro tipo de condução – 17 pessoas. Entre novembro de 2016 e o mesmo mês do ano passado, as internações hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito consumiram R$ 3,95 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto. O custo médio por pessoa foi de R$ 2 mil, segundo dados da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) divulgados no boletim Saúde do Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper).
O boletim mostra também que homens e em especial os motociclistas são maioria entre os internados, representando 75% e 65% das vítimas, respectivamente. Pedestres e ciclistas respondem por 20% das internações sendo que a taxa média de óbitos foi de 1,8%. Os dados levantados pela Fundace mostram que os homens jovens são as principais vítimas: 29,5% dos internados estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos e 22,26% entre 30 e 39. Pessoas entre 40 e 49 representaram apenas 14,45%.
Mesmo com o aumento de 148% da frota de veículos em 20 anos – segundo levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) o número de veículos na cidade saltou de 215.043 veículos em 1997 para 532.814 em dezembro do ano passado (aporte de 317.771 carros, motos, caminhões, vans e afins) –, Ribeirão Preto registrou, em 2017, o menor número de acidentes de trânsito dos últimos dez anos.
Segundo levantamento divulgado pela Empresa de trânsito e Transporte Urbano (Transerp), o município reduziu os acidentes nas vias públicas municipais, excluindo rodovias. Na estatística, Ribeirão Preto contabilizou 10.639 acidentes em 2017 (cerca de 886 por mês e 29 por dia), redução de 9,72% em comparação com o período anterior.
Em 2016 foram registrados 11.785 casos (média mensal de 982 e diária de 32), 1.146 a menos no ano passado. A Transerp desenvolve uma série de medidas educativas para orientar o motorista, mas a maioria dos acidentes ocorre por imprudência – usar o celular ao volante, excesso de velocidade, avançar o sinal vermelho e dirigir embriagado, por exemplo.