Os casos de dengue despencaram em Ribeirão Preto este ano, na comparação com os primeiros dez meses de 2020. Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta quinta-feira, 2 de dezembro, de 1º de janeiro a 30 de novembro de 2021 apenas 328 pessoas foram vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana.
A cidade pode fechar o ano com menos de 400 casos. No mesmo período de 2020 foram registrados 17.599. Ou seja, a queda é de 98,1%, ou 17.271 a menos. Neste ano, são 26 ocorrências de janeiro, 36 de fevereiro, 52 de março, 95 de abril, 61 de maio, 20 de junho, onze de julho, nove de agosto, sete de setembro, sete de outubro e quatro de novembro – duas a menos que as seis do mesmo mês do ano passado, recuo de 33,3%. Em relação a outubro de 2021, a queda é de 42,9%. São três a menos.
A secretaria revisou os dados porque, no boletim anterior, a cidade somava 320 casos até setembro. No ano passado, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, Ribeirão Preto registrou 17.604 casos de dengue. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 3.531 pacientes que podem estar com a doença neste começo de 2021 – aguarda o resultado de exames.
Em 2020, ocorreram onze mortes na cidade, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou o ano passado com dez óbitos por dengue, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez vítimas fatais do Aedes aegypti é o maior em pelo menos cinco anos (desde 2016).
Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus. O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,2% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atualizados pela Secretaria da Saúde –, 3.084 ocorrências a mais.
Ribeirão Preto declarou epidemia ainda na primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora. Dos 17.604 casos confirmados no ano passado, 2.932 são de janeiro, 6.695 de fevereiro, 5.045 de março, 1.865 de abril, 806 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agosto, doze de setembro, cinco de outubro, seis de novembro e apenas cinco de dezembro.
No ano passado, a maioria das vítimas do mosquito transmissor tinha entre 20 e 39 anos (6.564). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.409), jovens de dez a 19 anos (2.785), idosos com mais de 60 anos (1.915), crianças de 5 a 9 anos (1.167), de um a quatro anos (652) e menores de um ano (112).
Em 2021, as pessoas com idade entre 40 e 59 lideram com 117 ocorrências, seguidas por quem tem entre 20 e 39 anos (115), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (42), idosos de 60 anos ou mais (39), crianças de 5 a 9 anos (onze), de 1 a 4 anos (três) e abaixo de 1 ano (uma).
Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.162), Leste (3.626), Norte (3.556), Sul (3.297) e Central (1.963) – não há ocorrências sem identificação de distrito. Neste ano, a Zona Leste lidera com 151 ocorrências. Depois aparecem as regiões Oeste (61), Sul (43), Norte (41) e Central (32).
Em quase 13 anos, Ribeirão Preto já registrou 141.316 casos de dengue, 19,6% da população, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 565.264, ou 78,5% dos 720.116 habitantes da cidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade também tem um caso de febre chikungunya importado da Praia Grande (SP). Não há ocorrências de zika vírus e sarampo este ano.