Segundo o balanço anual divulgado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) – ligada à Secretaria Municipal da Saúde –, Ribeirão Preto encerrou o ano passado com recorde absoluto de ocorrências envolvendo ataques de escorpião. Pela primeira vez, o total superou a barreira de dois mil casos.
Fechou o período com 2.037 atendimentos (dado revisado), contra 1.808 de 2022, alta de 12,67% e 229 a mais. A média é de cinco por dia, um a cada quatro minutos e 48 segundos. O total de 2022 já havia superado em 10,31% os 1.639 de 2021.
São 169 mais. Entre 1º de janeiro e 31 de outubro deste ano já são 1.179 – 144 em janeiro, 105 em fevereiro, 148 em março, 98 em abril, 85 em maio, 88 em junho, 105 em julho, 101 em agosto, 135 em setembro e 170 no mês passado, novo recorde do ano e 35 a mais e alta de 25,93% em relação ao anterior.
Recuou 27,66% em relação aos 235 de outubro de 2023 – novo recorde histórico. São 65 a menos. Em relação aos 1.677 dos dez primeiros meses do ano passado – 160 em janeiro, 147 em fevereiro, 151 em março, 112 em abril, 158 em maio, 110 em junho, 207 em julho, 189 em agosto, 208 em setembro e 234 no décimo mês – são 498 a menos e recuo de 29,70%.
Desde 1º de janeiro de 2020 e até o último dia 31 de agosto foram registrados 8.3312 casos em Ribeirão Preto. Junho, julho e dezembro de 2014 e fevereiro e abril de 2018 são os períodos mensais com menos ocorrências: seis em cada.
O ano com menor número de ataques foi 2014, com 128, seguido por 2013, com 144. Em 2020, o primeiro ano da pandemia de coronavírus, foram 1.668, quando muita gente ficou em casa por causa do lockdown. Em 2019 ocorreram 1.534.
Desde 2012 – Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e da Devisa. Desde 2012, Ribeirão Preto já registrou 11.768 ocorrências envolvendo escorpiões, duas por dia. Porém, até 2019, quando foram constatados 1.534 casos, não havia ultrapassado a barreira dos três dígitos.
Mortes – Ribeirão Preto fechou o ano passado com duas mortes por ataque de escorpião. Um menino de seis anos morreu em 19 de agosto, após ter sido picado por um escorpião dentro de seu quarto, na cama, na Vila Carvalho, Zona Norte da cidade.
Um mês antes, em 19 de julho, uma menina de quatro anos morreu após ataque no Jardim Jandaia, na mesma região. Em doze anos, foram constatados, em Ribeirão Preto, seis óbitos em decorrência de picadas de escorpião: um em 2018, outro em 2020, dois em 2021 e dois em 2023.
Mais comum – A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas.
É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde informa que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica.
Caso seja necessário, o posto ou hospital deverá encaminhar o paciente para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade. O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões.
O clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. Escondem-se em calçados e sobem em camas.
O balanço dos ataques em RP
Ataques em 2012 – 158
Ataques em 2013 – 144
Ataques em 2014 – 128
Ataques em 2015 – 267
Ataques em 2016 – 241
Ataques em 2017 – 150
Ataques em 2018 – 815
Ataques em 2019 – 1.534
Ataques em 2020 – 1.668
Ataques em 2021 – 1.639
Ataques em 2022 – 1.808
Ataques em 2023 – 2.037
Ataques em 2024 – 1.179*
Total de ataques: 11.768
* Até 31 de outubro de 2024
Fonte: Sinan Net e Divisão de Vigilância Epidemiológica