Na manhã desta quarta-feira, 9 de março, por mais um ano Ribeirão Preto foi palco da conferência “Abertura de Safra de Cana, Açúcar e Etanol”. Considerado um dos mais importantes eventos do setor, a iniciativa contou com a participação do prefeito Duarte Nogueira (PSDB); do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Itamar Borges; além de lideranças da política nacional, empresários e executivos de usinas, produtores e fornecedores de cana.
Durante o evento foi feita uma avaliação da safra 2021/22 e as estimativas para 2022/23, além de debates sobre fundamentos do mercado mundial, sustentabilidade do setor, tecnologia na área agrícola, questões sobre financiamento e internacionalização do uso do etanol. Os palestrantes apresentaram considerações relevantes sobre a perspectiva do setor bioenergético em nível nacional e o contexto do mercado no cenário pós-pandêmico.
Em meio às incertezas econômicas geradas pela guerra da Ucrânia, Duarte Nogueira falou sobre como ficarão as questões do abastecimento da humanidade nesse momento, principalmente nas questões de alimentos e energia. “O Brasil tem um enorme potencial, quando falamos sobre nossas características naturais, além do avanço no desenvolvimento tecnológico do agronegócio ao longo dessas últimas décadas, fatores que são capazes de atender essa demanda mundial simultaneamente, produzir alimentos e energia limpa para os brasileiros e os cidadãos do mundo”, disse.
Nos últimos dois anos, o setor observou movimento de varejo e recreação menor do que no período pré-pandemia, a primeira queda de consumo de açúcar em 40 anos na indústria, o choque mundial na demanda de combustíveis, entre outros desafios. Por estar entre os maiores produtores e exportadores de açúcar e etanol do mundo, o Brasil tem um papel essencial no debate mundial sobre o desenvolvimento do setor e a expansão da produção de biocombustíveis.
Dados da Datagro indicam que a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul 2022/23 deve ser de 562 milhões de toneladas. Com relação à produção de etanol, espera uma alta em relação à safra anterior, alcançando 29,8 bilhões de litros, em relação aos 27,7 bilhões de litros produzidos anteriormente. A produção de açúcar deve alcançar os 33 milhões de toneladas, alta de 2,8% em relação ao ciclo anterior, com 44,7% da matéria-prima destinada para a produção de açúcar. É esperado um superávit de 1,15 milhão de toneladas do adoçante no mercado global em 2022/23, frente um déficit de 1,2 milhão em 2021/22, tendo Brasil e Índia como os maiores produtores mundiais.