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RP registra mais uma morte por dengue

ALFREDO RISK/ ARQUIVO

Ribeirão Preto registrou nesta terça-feira, 18 de feve­reiro, o segundo caso autóc­tone de morte por dengue hemorrágica e o terceiro que acontece na cidade neste ano. Um senhor de 72 anos estava internado desde sábado (15) na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC­-UE) e não resistiu. A informa­ção foi divulgada pela assesso­ria de imprensa da instituição.

Por meio de nota, a Se­cretaria Municipal da Saúde informa que o paciente foi atendido na Unidade Básica Distrital de Saúde Doutor João Batista Quartin (UBDS Cen­tral) na última quinta-feira, dia 13, com suspeita de dengue, “recebeu atendimento, ocasião em que foi coletado material para exames”. Informa ainda que “a causa morte está sendo investigada, juntamente com o Hospital das Clínicas”.

A vítima apresentava sin­tomas da doença. Dois dias depois de ser atendido na UBDS Central, o idoso foi en­caminhado para a Unidade de Emergência do HC. Segundo o hospital, os testes confirmaram a doença. No entanto, ele apre­sentou complicações graves, secundárias ao quadro agudo de dengue, e morreu na manhã desta terça-feira. O paciente morava no bairro Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto.

No ano passado, três pes­soas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue he­morrágica. Também foram confirmados em 2019 dez casos graves da doença – não registrava óbito em decorrên­cia da infecção desde 2016, quando nove pacientes não re­sistiram aos vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti – mesmo vetor do zika vírus e das febres chikungunya e ama­rela (na área urbana).

Neste início de 2020, em 15 de janeiro, a menina Ma­ria Gabriela Quintino, de oito anos, morreu em Ribeirão Pre­to vítima de hemorragia intes­tinal causada pela dengue, mas o caso foi importado de São Simão – no primeiro atendi­mento, em sua cidade natal, ela foi diagnosticada com gripe. No dia 1º deste mês, Denis Bryan Souza Rodri­gues, de 10 anos, também foi a óbito. Foi o primeiro caso de autóctone de morte na ci­dade neste ano. O primeiro diagnóstico foi de virose.

Desde o dia 1º de janeiro e até sexta-feira (14), Ribeirão Preto já somava 1.939 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saú­de investigava mais 6.169 pa­cientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico. A média de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo mos­quito Aedes aegypti neste iní­cio de ano está em 43 por dia.

A secretaria pede a cola­boração da população, lem­brando que 80% dos criadou­ros do mosquito estão dentro das casas e cabe ao morador eliminá-los.

Também ressalta que o Ín­dice de Breteau em Ribeirão Preto fechou janeiro em 13,8% – mede a quantidade de cria­douros e a infestação do Aedes aegypti. A escala para avaliar a proliferação do mosquito diz que até 1% as condições são sa­tisfatórias, de 1% a 3,9% já co­loca o município em situação de alerta e superior a 4% já há risco de surto de dengue. Sig­nifica que de cada 100 imóveis, em quase 14 há larvas do vetor.

Dos 1.939 casos confir­mados até agora, 1.550 são de janeiro e 389 de fevereiro. O total de ocorrências em 45 dias deste ano já está 74,7% acima das 1.110 do primeiro bimestre inteiro do ano passado, com acréscimo de 829 vítimas. De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde e Pla­nejamento da SMS, Ribeirão Preto registrou 14.421 casos de dengue no ano passado. Os dados foram atualizados em janeiro, quando chegaram os resultados de exames penden­tes de 2019. São 14.150 ocor­rências a mais que os 271 de 2018, alta de 5.221%, cerca de 52 vezes superior – a quarta maior marca desde 2009.

A maioria das vítimas do mosquito (613) tem entre 20 e 39 anos. Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (525), jovens de dez a 19 anos (313), idosos com mais de 60 anos (292), crianças de 5 a 9 anos (126), de um a quatro anos (48) e menores de um ano (22). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Leste (601), Norte (340) – onde o senhor de 72 anos morava –, Sul (196), Oes­te (491), Central (240) e 71 não têm identificação de distrito.

Ribeirão Preto acumula 125.224 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epide­mias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o nú­mero de vítimas do Aedes ae­gypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 500 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epide­miológica da Secretaria Mu­nicipal da Saúde. Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da do­ença, outros três não são noti­ficados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 500.896 pessoas em onze anos.

Em janeiro de 2020, já fo­ram realizadas 40.539 visto­rias em imóveis residenciais, comerciais e em pontos estra­tégicos da cidade, com identi­ficação e eliminação de 3.488 focos do mosquito, como garrafas descartáveis, calhas, tampas, recipientes, material de construção civil e piscinas, entre outros. Durante os ar­rastões de limpeza, também promovidos todos os sábados do segundo semestre de 2019, já foram recolhidas mais de 126 toneladas de criadouros do mosquito, entre elas, mais de cinco mil pneus. Neste ano não há casos de chikungunya, febre amarela, zika e influenza (H1N1, H2N2 e outras variá­veis di vírus).

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